Target Trading acelera com FIDC e olho no mercado chinês para movimentar R$ 2,2 bilhões

Companhia do Espírito Santo projeta crescimento de 46% sobre as importações do ano passado, que fecharam em R$ 1,5 bilhão

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Imagens: Divulgação / Reprodução Instagram

Carlos Campos Júnior versão executivo, CEO da Target Trading

Carlos Campos Júnior versão executivo, CEO da Target Trading

Nas pistas, o piloto Carlos Campos Júnior acelera para se destacar na Porsche Cup, que neste fim de semana ocorre no circuito de Portimão, no Algarve, em Portugal. No mar, o atleta Carlos Campos Júnior aproveita os bons ventos do Nordeste brasileiro para praticar maratonas de kitesurf com amigos. Nos negócios, o executivo Carlos Campos Júnior pisa fundo e aproveita os ventos favoráveis — em especial os que vêm do mercado chinês — para desenvolver a Target Trading, empresa que fundou há 28 anos e que espera movimentar R$ 2,2 bilhões em importações em 2025, montante 46% superior ao registrado em 2024, de R$ 1,5 bilhão.

“Neste ano, vamos colher os frutos plantados no ano passado, quando fechamos contratos e parcerias que estão sendo efetivadas agora”, disse a versão gestor de Carlos Campos Júnior ao BRAZIL ECONOMY, antes de embarcar para a Europa, onde participa da 4ª etapa da Porsche Cup.

Na volta, entre os cuidados com a empresa, ele deve se preparar para mais uma aventura radical, que acontecerá em agosto: uma travessia de windsurf da Praia do Preá, no Ceará, até os Lençóis Maranhenses. São 90 quilômetros por dia, em cima de uma prancha com pipa, durante quatro ou cinco dias.

Carlos Campos Júnior vesão piloto da Porsche Cup
Carlos Campos Júnior vesão piloto da Porsche Cup

Antes disso, porém, muito trabalho aguarda o CEO da Target Trading, que oferece a cerca de 30 clientes soluções completas e customizadas: acompanhamento de carga em todas as etapas da operação, desembaraço aduaneiro, importação, exportação, terceirização e, inclusive, financiamento.

Um dos principais compromissos neste momento é a organização do seu primeiro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), provavelmente junto à Galapagos Capital, uma das patrocinadoras de sua equipe de automobilismo — parceria que tem avançado dentro e fora das pistas.

“Nossa intenção é levar essa possibilidade para outras pessoas investirem nesse financiamento”, disse Campos Júnior, ressaltando que a Target opera com uma planilha financeira saudável.

A companhia chega a financiar com recursos próprios cerca de R$ 100 milhões por ano em pedidos de seus clientes.

“Quando falamos em financiar, não envolve apenas o pagamento de impostos e despesas quando a mercadoria chega ao Brasil. A gente chega a comprar a mercadoria do fornecedor no exterior e financia isso para o nosso cliente, com bons prazos e taxas”, explicou o executivo, que inclui toda a operação financeira no balanço da Target, sem que o cliente se endivide com bancos. “Isso está trazendo uma força muito grande para o nosso crescimento.”

O FIDC deve ser de aproximadamente R$ 40 milhões e testará uma nova forma de a Target promover o financiamento dos seus clientes. “Vamos fazer com os pés no chão, um passo de cada vez”, disse Campos Júnior.

Pés no chão, para, em seguida, pisar no acelerador, como ele gosta. Sempre atento aos segundos, minutos e horas — seja no tempo de cada volta nas pistas, em cada quilômetro no kitesurf ou nas milhas das remessas por navios cargueiros mundo afora.

Entre os segmentos atendidos pela companhia estão máquinas pesadas — inclusive com montagem e pintura como serviços agregados —, automóveis e artigos luxuosos de moda e acessórios.

Carlos Campos Júnior versão atleta de windsurf
Carlos Campos Júnior versão atleta de kitesurf

China x EUA

Enquanto acompanha o atendimento aos clientes brasileiros que trazem produtos do exterior, Campos Júnior também está de olho na disputa tarifária entre China e Estados Unidos.

Se a sensação é de que os contêineres com destino aos EUA estão em compasso de espera, o movimento de cargas vindo da China está acelerado. “E tudo pode mudar rapidamente. Vemos uma bagunça, obviamente, no setor logístico como um todo”, avaliou o CEO da Target. “Todos os players estão jogando esse mesmo jogo difícil. Mas é muito importante sempre acertar o momento de movimentar as peças.”

A orientação da companhia para seus clientes — principalmente multinacionais — é sair da flutuação cambial do dólar, por meio de operação de hedge, e efetuar compras em reais, transferindo o risco para o fornecedor estrangeiro.

“Mais da metade da nossa carteira de importação hoje é composta por fornecedores que exportam em moeda local”, afirmou o executivo. “Tiramos nosso parceiro do risco cambial.”

O movimento de empresas chinesas buscando negociar com corporações brasileiras também é sentido pela Target. E as asiáticas que já operam por aqui estão ampliando sua presença.

“Uma gigante chinesa com quem temos trabalhado começou devagar, mas está ganhando escala à medida que conhece o mercado brasileiro. O comando da companhia está nas mãos dos chineses, mas a equipe operacional é formada por executivos brasileiros que conhecem bem o segmento de importação e exportação”, relatou Campos Júnior, ao destacar que, em 2024, trouxeram 3.000 máquinas para o Brasil e que este ano devem importar cerca de 6.000. “Estão acelerando”, concluiu o CEO, que também mantém o pé no acelerador, com o vento a favor, para obter bons resultados na corrida dos negócios.

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