Maxtrack mira mineração e agro com solução de monitoramento por Inteligência Artificial

Após duas décadas fabricando hardware, empresa cresce com serviços conectados e IA embarcada. No plano de internacionalização estão EUA e Oriente Médio

Compartilhe:

Imagens: Divulgação

CEO da Maxtrack, Braulio de Carvalho: "Vamos seguir capturando as oportunidades que surgem"

CEO da Maxtrack, Braulio de Carvalho: "Vamos seguir capturando as oportunidades que surgem"

Dos 25 anos de atividades, a Maxtrack atuou durante duas décadas como fabricante e vendedora de equipamentos para rastreamento de frotas. Nos últimos cinco anos, reposicionou o modelo de negócio, desenvolveu software proprietário e passou a ser prestadora de serviços. Com mais tecnologia embutida e inteligência artificial embarcada nas soluções — sem deixar de lado seus hardwares —, a companhia mineira cresce, desde então, 50% ao ano. A meta para 2025 era esse mesmo percentual, que já foi atingido, dado o ritmo acelerado que o novo modelo alcançou.

Com mais intensidade e tração nos negócios, a Maxtrack vislumbra, a partir de agora, seu desenvolvimento por meio da entrada em setores como agronegócio e mineração, além da internacionalização da marca, com atuação já estabelecida no México e foco nos Estados Unidos e Oriente Médio. O objetivo é alcançar um faturamento de R$ 300 milhões em 2026, ante os atuais R$ 230 milhões.

“Desde 2020 temos experimentado um crescimento exponencial em nosso negócio, de 50% ao ano. Nosso objetivo é seguir apostando em novos nichos, com os equipamentos que já temos em operação e a criação de novos dispositivos cada vez mais integrados e inteligentes”, disse ao BRAZIL ECONOMY o CEO da Maxtrack, Braulio de Carvalho.

“Vamos continuar capturando as oportunidades que surgem, com um olhar especial para o setor agro brasileiro, que mantém uma demanda pujante, ao mesmo tempo em que nos preparamos para absorver o mercado fora do Brasil. Já iniciamos testes na América do Norte e no Oriente Médio. A ideia é intensificar os esforços em novos ciclos de investimento para manter o ritmo de crescimento”, afirmou o executivo.

Entre os clientes da Maxtrack estão empresas como SPTrans, Raízen, Braskem, Vale, Braspress, Ultragaz e Porto Seguro. Atualmente, são 3 milhões de veículos monitorados em tempo real.

A planta de Betim (MG) da Maxtrack produz desde equipamentos mais simples (MXT-130) até os mais complexos (MTC-800)
A planta de Betim (MG) da Maxtrack produz desde equipamentos mais simples (MXT-130) até os mais complexos (MTC-800)

O poder de armazenamento e processamento de dados é o coração da companhia. São 10 TB por dia de dados e 30 TB por mês de vídeos e imagens processados. Entre os parceiros de tecnologia estão a AWS, serviço de nuvem da Amazon, e a Qualcomm, fabricante de chips.

A planta de Betim (MG) produz desde equipamentos mais simples — voltados ao monitoramento da mecânica, da telemetria e do rastreamento de veículos, como o MXT-130 — até os mais complexos, como o MTC-800, “ultrapoderoso computador de bordo”, como define Gustavo Travassos, fundador e head de inovação da Maxtrack.

“Integra várias funções, com gerenciamento de câmeras, visão computacional para análise de imagem, wi-fi para os usuários, uma gama de acessórios, segurança, travas e sensores dentro do veículo”, descreve.

Neste ano, a companhia mineira destinará R$ 10 milhões para pesquisa, desenvolvimento e inovação, dentro de um total de R$ 80 milhões reservados para expansão até 2026. Inclusive, a Maxtrack já se prepara para avançar em termos tecnológicos com foco em registro de propriedade intelectual, buscando a obtenção de patentes.

Um dos principais avanços tecnológicos está no treinamento de modelos de inteligência artificial, a partir das imagens captadas em tempo real, para detectar comportamentos inseguros na condução de veículos, riscos de acidentes, fraudes em cargas, carregamento e descarregamento corretos, controle de combustível e outras funcionalidades.

“Estamos construindo um grande portfólio de modelos de IA para gerar eficiência na operação de nossos clientes”, afirmou Travassos. “É uma solução que atua como um copiloto em situações de estresse, extraindo o máximo das pessoas e das máquinas, com a tranquilidade de reduzir a exposição a riscos.”

O videomonitoramento com IA — “nossa menina dos olhos e nosso vetor de crescimento”, segundo Travassos — está instalado em 26 mil veículos pesados comerciais. Outros 4 mil já estão contratados para instalação nos próximos meses. “Ano que vem teremos mais de 50 mil equipamentos, que são de maior valor agregado.”

E a principal possibilidade de desenvolvimento do negócio está na própria base de clientes, que podem migrar dos serviços simples de rastreamento para soluções mais avançadas, com uso de imagens e inteligência artificial.

Oportunidades

Dois setores estão na mira da Maxtrack para ampliar sua atuação no Brasil: o agronegócio e a mineração. A companhia já atende clientes do agro na área de monitoramento logístico, mas essas empresas têm ampliado suas demandas para outras frentes, como análise de dados de tratores e outras máquinas pesadas em plantações e criações de animais.

“São soluções que desenvolvemos a partir da demanda do cliente, que vai nos puxando para a próxima etapa”, explicou o head de inovação.

O setor começou a ser explorado pela Maxtrack em 2023 e hoje já conta com grandes clientes. Os mais recentes são do segmento de papel e celulose, que chegaram à companhia por meio do trabalho realizado com empresas de combustível e energia. “E o mesmo tem ocorrido com a mineração. Estamos sendo levados por empresas de outros setores”, frisou Travassos.

México

A Maxtrack já havia tentado ingressar em mercados da América Latina no passado, sem sucesso. Segundo Gustavo Travassos, isso ocorreu por um erro estratégico: tentar atuar sozinha. Desta vez, a internacionalização da empresa se dá por meio de parcerias.

Por meio de uma empresa com boa maturidade local, a Encontrack, a Maxtrack iniciou operações no México — e da mesma forma como começou no Brasil há 25 anos: com monitoramento e telemetria básica de frotas.

Hoje, são 35 mil caminhões com dispositivos instalados e outros 35 mil já contratados. “São clientes naturais para um upgrade para videomonitoramento”, vislumbra Travassos. “Além disso, o potencial do mercado mexicano é absurdo.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ASSINE NOSSA NEWSLETTER E
FIQUE POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO MERCADO

    Quer receber notícias pelo Whatsapp ou Telegram? Clique nos ícones e participe de nossas comunidades.