Brasil no mapa da inovação: como a Amgen transforma pesquisa em acesso à saúde

Nos últimos quatro anos, o laboratório destinou quase R$ 100 milhões a estudos clínicos no País, o que levou a operação brasileira a um crescimento de 28% em 2024

Paulo Pandjiarjian
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Imagens: Divulgação

Ricardo Castellan comanda uma operação que cresce acima da média e transforma ciência em acesso

Ricardo Castellan comanda uma operação que cresce acima da média e transforma ciência em acesso

Em meio a um cenário global de avanços científicos acelerados, o Brasil vem se destacando como peça-chave na estratégia de inovação de uma das maiores biofarmacêuticas do mundo. Nos últimos quatro anos, a Amgen destinou quase R$ 100 milhões à pesquisa clínica no país — um investimento que não apenas impulsionou descobertas, mas também pavimentou caminhos para ampliar o acesso à saúde de milhares de brasileiros.

O movimento não é isolado. Em 2024, a operação brasileira da multinacional cresceu 28%, ritmo que supera de longe a média do setor. Na prática, isso se reflete em mais medicamentos chegando às prateleiras — e, principalmente, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Já são quatro novos tratamentos incorporados ao sistema público desde 2021, além de três expansões de linhas terapêuticas.

“Esse crescimento não acontece por acaso. É fruto de uma combinação robusta de investimento, capacidade científica, parcerias estratégicas e muito uso de tecnologia”, resume Ricardo Castellan, gerente geral da Amgen no Brasil, em entrevista exclusiva à BRAZIL ECONOMY. Segundo ele, a filial brasileira hoje ocupa um lugar de protagonismo no mapa global da companhia, figurando entre os dez maiores polos de recrutamento clínico da Amgen no mundo.

Com cerca de 30 estudos clínicos ativos em 300 centros de pesquisa e hospitais espalhados pelo país, a Amgen Brasil não só testa medicamentos, mas também antecipa o futuro da saúde. Mais de 3 mil profissionais estão diretamente envolvidos nas pesquisas, e milhares de pacientes brasileiros já tiveram acesso antecipado a terapias que ainda estão em desenvolvimento em outros mercados.

Por trás desses números, há uma estratégia clara: acelerar a geração de evidências locais, tanto clínicas quanto econômicas, que ajudem a comprovar o valor terapêutico — e financeiro — de suas soluções. “A inovação que defendemos é aquela que gera impacto real: evita hospitalizações, reduz complicações, melhora a produtividade e, ao mesmo tempo, alivia custos do sistema de saúde”, afirma Castellan. A lógica é simples, mas poderosa: mais prevenção, menos internações.Crescimento com DNA de impacto

O desempenho financeiro da Amgen Brasil tem seguido o mesmo ritmo da sua expansão científica. Além do crescimento expressivo em 2024, a companhia reforçou seu portfólio ao incorporar os medicamentos da Horizon Therapeutics, adquirida globalmente por US$ 27,8 bilhões. Isso ampliou a atuação da empresa em áreas de alta complexidade, como doenças raras e autoimunes.

Mas, mais do que vender medicamentos, a Amgen tem apostado em um modelo de saúde baseado em valor — aquele que prioriza desfechos reais na vida dos pacientes, e não apenas volume de vendas. E é justamente esse modelo que tem destravado portas no SUS.

De um lado, a empresa apresenta dados robustos de custo-efetividade. Do outro, se engaja em frentes que vão de parcerias institucionais e programas de educação médica continuada a iniciativas de suporte direto aos pacientes. A equação é clara: para ganhar escala, é preciso gerar impacto.

IA na veia e olho no envelhecimento

O uso estratégico de tecnologia é outro vetor que vem colocando o Brasil no centro das operações globais da Amgen. A filial brasileira foi escolhida para ser uma das primeiras a operar a plataforma Accumulus Synergy, capaz de acelerar a submissão de dados regulatórios para diferentes autoridades sanitárias ao redor do mundo — uma mudança que reduz drasticamente tempo, custo e burocracia nos processos de aprovação.

Além disso, a companhia lançou no país a AMGELA, uma assistente virtual baseada em inteligência artificial generativa, que já atendeu mais de mil pacientes no suporte a informações sobre tratamentos, adesão e autocuidado. “A IA tem sido uma aliada poderosa para tornarmos os estudos clínicos mais ágeis, precisos e relevantes para a realidade dos pacientes brasileiros”, reforça Castellan.

A estratégia ganha ainda mais peso diante de um desafio que se impõe no horizonte: o envelhecimento acelerado da população brasileira. Segundo o IBGE, até 2050, mais de 30% dos brasileiros terão 60 anos ou mais. Isso significa mais doenças crônicas, mais pressão sobre o sistema de saúde e custos crescentes.

Para a Amgen, longevidade é mais do que um desafio — é uma oportunidade. “É muito mais sustentável investir em prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos eficazes do que arcar com as complicações das doenças em estágio avançado”, pontua o executivo. A aposta, portanto, é em soluções que não apenas prolonguem a vida, mas garantam qualidade a ela.

O plano da companhia para os próximos anos é ambicioso. A meta é ampliar o portfólio de medicamentos inovadores e biossimilares, acelerar o uso de dados e inteligência artificial para reduzir o tempo de chegada dos produtos ao mercado e, sobretudo, consolidar o Brasil como um dos principais hubs globais de pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia.

Por trás desse avanço, está também uma cultura corporativa que aposta no desenvolvimento de pessoas. Com um time de cerca de 300 colaboradores, média etária de 42 anos, a Amgen Brasil acumula três selos consecutivos do Great Place to Work e superou sem ressalvas a última auditoria global de compliance da companhia — uma raridade no setor.

Se o futuro da saúde passa pela capacidade de inovar com impacto social, econômico e ambiental, o que a operação brasileira da Amgen demonstra é que esse futuro já começou. E, cada vez mais, fala português.

 

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