Brasil está no centro da estratégia global da LG com produção, inovação e capacitação

Com fabricação no País - e uma nova planta em construção -, 50 lançamentos, distribuição robusta e treinamento para milhares de profissionais, companhia sul-coreana visa se manter relevante no mercado e enfrentar os atuais concorrentes e os players chineses que têm avançado no território brasileiro

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Imagens: Divulgação / Geraldo Bubniak/AEN

Vice-presidente de vendas da LG no Brasil, Rodrigo Fiani: crescimento seguido de investimentos

Vice-presidente de vendas da LG no Brasil, Rodrigo Fiani: crescimento seguido de investimentos

Os resultados: a LG Electronics registrou, no ano passado, o maior faturamento global de sua história de 78 anos: US$ 63,5 bilhões. Foi o sexto ano seguido em que o lucro operacional superou a casa de 1 trilhão de won sul-coreano (KRW), equivalente a US$ 720 milhões. E teve recorde de receita em um único trimestre, de janeiro a março deste ano, quando vendeu US$ 16,5 bilhões. Os desafios: em seu último relatório trimestral, divulgado em abril, a companhia prevê um aumento da incerteza devido às mudanças nas políticas comerciais globais e ao aumento da concorrência no mercado, principalmente de players chineses. As ações: a LG vai expandir seu portfólio de produtos, tanto em lançamentos quanto em volume, para manter a liderança em categorias como televisores e aparelhos de ar-condicionado. O Brasil é um país-chave nessa aceleração proposta pela empresa, já que é o terceiro maior mercado global da fabricante, atrás dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

“A régua de crescimento por aqui é sempre alta”, revelou o vice-presidente de vendas da LG no Brasil, Rodrigo Fiani. “Desde que entrei na companhia, há quase 20 anos, as metas são sempre de desenvolvimento de 30% a cada ano. É crescer, crescer, crescer… E sempre crescimento seguido de investimentos”, disse o executivo ao BRAZIL ECONOMY.

O Brasil está no centro do direcionamento da matriz para acelerar as novidades. São cerca de 50 lançamentos por ano. A receita local é formada por mais de 90% de vendas de produtos lançados nos últimos três anos. O que foge à regra são alguns modelos de ar-condicionado que se mantêm relevantes no mercado há mais tempo.

Uma das estratégias da LG para atender mais e melhor o consumidor brasileiro é tropicalizar os produtos para o mercado nacional
Uma das estratégias da LG para atender mais e melhor o consumidor brasileiro é tropicalizar os produtos para o mercado nacional

No Brasil, a categoria de ar-condicionado residencial Split da LG encerrou 2024 como líder de mercado, alcançando 23,5% de participação, de acordo com dados da GfK. “Temos uma nova geração de ar-condicionado que tem o que a gente chama de inteligência afetiva, pois acompanha o hábito do consumidor. Liga e desliga automaticamente, com ajuste da temperatura adequada, dependendo do cotidiano do usuário”, afirmou Fiani.

O mesmo acontece com os televisores, que possuem capacidade de sugerir conteúdos a partir do consumo rotineiro dos clientes. “Isso tem um valor agregado importante. Investimos muito em pesquisa e desenvolvimento para observar as tendências de novos hábitos e comportamentos das pessoas, para adequar nossos produtos”, explicou o vice-presidente.

A companhia também é número 1 em vendas de monitores no país, segundo estudo da mesma consultoria. Os destaques são as linhas Office e a gamer Ultragear, com novos produtos com tecnologia OLED, além de itens com tecnologia WebOS, que permite trabalhar e acessar o universo dos streamings em um único produto. As linhas UltraWide e Medical também performam bem, ao atender necessidades profissionais e de entretenimento.

Globalmente, e com boa participação do Brasil nas vendas, a LG domina o setor de TVs premium, com 52,4% de market share em 2024. São 12 anos consecutivos na liderança mundial de televisores OLED.

PRODUTOS TROPICALIZADOS

Outra estratégia da LG para atender mais e melhor o consumidor brasileiro é tropicalizar os produtos para o mercado nacional. Existem modelos de ar-condicionado adaptados especificamente para o Brasil. “No mundo todo, o mesmo aparelho possui as funções quente e frio. No Brasil, temos modelo só frio, para atender o Nordeste, por exemplo”, disse Fiani.

No país, há ainda o uso de ar-condicionado comercial, para empresas como restaurantes, que também são usados em residências. “Com apenas uma condensadora, refrigera múltiplos ambientes”, explicou, ao apontar ainda o crescimento do segmento de grandes telas de LED, de quase 200 polegadas, voltadas para uso comercial, mas que têm tido penetração em residências.

Nova fábrica da LG na cidade de Fazenda Rio Grande (PR), na Grande Curitiba, com investimento de R$ 1,5 bilhão, está 40% concluída
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CAPACITAÇÃO

Além das novidades e da tropicalização dos produtos, há outro movimento que proporciona um diferencial na atuação da LG no Brasil: a capacitação de profissionais. A companhia possui um centro de treinamento no bairro da Lapa, na capital paulista, com mais de 2.000 m². “É nossa academia”, afirmou o executivo sobre o espaço, que também é um showroom para parceiros. Ali, são treinados 10 mil instaladores por ano.

Para Fiani, o investimento em mão de obra fecha o ciclo que faz a marca da LG forte no Brasil. “Fabricamos, temos distribuição robusta e capacitamos, para ter um pós-atendimento eficaz.”

Essas três frentes formam uma tríade fundamental para a fabricante sul-coreana se manter relevante no mercado, enfrentar as atuais concorrentes e os players chineses que têm avançado no território brasileiro. “A operação verticalizada é um diferencial para encarar essa disputa”, afirmou o vice-presidente.

A parte de produção, aliás, é um capítulo à parte que a LG vai avançar e se fortalecer no país. A companhia já possui uma sólida infraestrutura industrial no Brasil, com uma planta em Manaus (AM), que produz televisores, monitores, notebooks e aparelhos de ar-condicionado.

E está construindo uma fábrica na cidade de Fazenda Rio Grande (PR), na Grande Curitiba, com investimento de R$ 1,5 bilhão, voltado para a produção de refrigeradores, máquinas de lavar e secadoras. A fábrica deve ficar pronta em meados do ano que vem e já está 40% concluída.

A LG visa se desenvolver no Brasil na chamada linha branca. No ano passado, quando esteve no país, Jae-cheol Lyu, presidente global de Home Appliance & Air Solution da LG, afirmou que o mercado brasileiro é muito importante para a LG, mas que a empresa ainda possui uma presença pequena no segmento de eletrodomésticos — o que deve mudar nos próximos anos.

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