Nos últimos cinco anos, a The LED trabalhou em uma virada de chave, deixando de ser uma vendedora de painéis de luzes para se tornar uma empresa de soluções completas de tecnologia de telões eficiente. E 2024 marcou, de fato, essa mudança. “Conseguimos fincar essa bandeira”, disse Richard Albanesi, fundador e CEO da The LED. Neste novo momento e prestes a completar 15 anos de atividades, em outubro, a companhia emite seu terceiro debênture, no valor de R$ 50 milhões. A informação foi obtida em primeira mão pelo BRAZIL ECONOMY.
Com a captação, o holofote estará voltado para três aquisições, avanço em retail media e projetos no setor de church tech. A expectativa, a partir dessas ações, é crescer 50% em contratos em 2025.
As duas primeiras emissões de debêntures foram feitas com a Galapagos. A primeira, em 2021, no valor de R$ 31,3 milhões, com encerramento no ano que vem. A segunda, emitida em março de 2024, de R$ 25 milhões, tem vencimento em 2029. E agora, de R$ 50 milhões, com prazo de cinco anos. “Nosso negócio está crescendo, temos volume, temos robustez”, disse Albanesi.
Os investimentos da The LED vão ser concentrados no varejo, principal linha de negócio da empresa atualmente, principalmente em retail media. “Supermercados e outros setores estão sofrendo com as altas taxas de juros (Selic em 14,75% ao ano). Entramos para ser parceiro na busca por novas fontes de receita”, afirmou o executivo.
Dados do eMarketer apontam que, em 2024, houve aumento de 42,3% nos investimentos em retail media no Brasil, atingindo R$ 3,88 bilhões. Foi o país com maior crescimento do canal no mundo. “Nos últimos três anos, atuamos para ganhar espaço e escala. Agora temos um potencial enorme de crescimento”, frisou o CEO da The LED.
Verbas publicitárias aumentam na medida em que geram resultados. Levantamento interno da empresa mostra que produtos apresentados em telas dentro do ponto de venda aumentam as vendas entre 28% e 32%. “Fizemos o estudo em duas lojas semelhantes do Carrefour, uma com retail media e outra sem. Esses foram os resultados do uso desse modelo de marketing no varejo. É um investimento que tem retorno”, comentou Albanesi.
No modelo da The LED, a empresa monta o equipamento dentro do mercado e ainda ajuda na aproximação com expositores. “Ajudamos o varejo a pagar nossa conta, a ter ganhos com as telas. Digitalizamos o ponto de venda, levamos anunciantes e ajudamos a rentabilizar o negócio. Tem uma parte de consultoria e outra de projetos customizados. É uma grande virada de chave para a The LED”, explicou.
Agora, o desafio é chegar de maneira mais efetiva às agências de publicidade para atrair cada vez mais anunciantes. Para isso, a The LED está em negociação para comprar uma empresa que atuará nesse processo. O negócio deve ser fechado nas próximas semanas.
“Vamos trazer para dentro da The LED essa operação. A intenção é construir algo voltado a dados para o varejo, aliado ao retail media”, destacou o executivo, ao apostar também nesse modelo publicitário em farmácias, lojas de produtos de beleza, pet shops e redes de varejo multimarcas. Outras duas aquisições estão em discussão na companhia.
IGREJAS ILUMINADAS
Paralelamente ao projeto de retail media, a The LED avança em outras frentes. A companhia, que tem uma linha para arenas esportivas – é responsável pelas telas de LED do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, por exemplo –, e para áreas de lazer e entretenimento, de pessoas físicas e jurídicas (de escritórios a salas residenciais e piscinas), tem observado o desenvolvimento de um novo segmento: church tech. “O mercado de igrejas é gigante”, vislumbrou Albanesi.
A The LED está prestes a fechar um painel de 1.000 m² em um espaço religioso na Grande São Paulo, que será referência para a empresa e para outras igrejas. Também terá iluminação especial em colunas e outras áreas, que vai deixar o local de culto mais parecido com uma casa de shows.
“Vemos essa linha de negócio com grande potencial, pois não são apenas as grandes igrejas que necessitam de telas. As pequenas e médias, em suas funcionalidades e proporções específicas, também precisam”, avaliou o executivo.
E a entrada de um novo sócio na The LED, que tem sido comentada desde o ano passado? Não é um pecado tratar do assunto, mas Albanesi prefere manter a confidencialidade. “Ainda está em estudo.”
O último movimento de M&A anunciado foi no fim do ano passado, quando a The LED anunciou a aquisição da Invian, empresa de sistemas tecnológicos integrados para os segmentos de OOH, retail media e digital signage, com o objetivo de aproximar ainda mais as propagandas físicas das digitais. “Sempre estamos em busca de um bom negócio que nos ajude a crescer”, disse o CEO, que visa iluminar os caminhos de crescimento da The LED. No varejo e com fé.
