Após 30 verões, iGUi mergulha para o histórico faturamento de R$ 3 bilhões

Líder mundial em piscinas pré-fabricadas, empresa brasileira projeta crescer 15% em 2025 e aposta em inovação para manter mercado aquecido no Brasil e em mais de 50 países. Águas turbulentas da economia podem atrapalhar?

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Imagens: Claudio Gatti/Brazil Economy

Fundador e CEO da iGUi, Filipe Sisson: mercado aquecido com lançamentos

Fundador e CEO da iGUi, Filipe Sisson: mercado aquecido com lançamentos

Em agosto, daqui a três meses, a iGUi, maior fabricante e comercializadora de piscinas pré-fabricadas do mundo, completa 30 anos. E lá se foram 30 verões. Mas também 30 invernos. E algumas tempestades econômicas, além de uma crise sanitária global com a pandemia de Covid-19. Mas parece que não há tempo ruim para a companhia brasileira, que está presente em 54 países, é a franquia mais internacionalizada do País, fabrica 80 mil piscinas por ano e faturou R$ 2,428 bilhões em 2024 — sendo R$ 2,205 bilhões na operação nacional e R$ 223 milhões no exterior. As vendas totais foram 14% superiores às registradas no período anterior, quando já havia aumentado a receita em 10% em relação a 2022. A iGUi pretende manter a alta temperatura de seus negócios, com previsão de aumento de 15% no faturamento em 2025, o que representaria R$ 2,79 bilhões.

“Vamos superar os desafios e tentar manter o ritmo de crescimento do ano passado. Nossa estratégia é manter o mercado aquecido com os nossos lançamentos”, disse ao BRAZIL ECONOMY o fundador e CEO da iGUi, Filipe Sisson.

A companhia, criada em 15 de agosto de 1995, possui atualmente 1.625 unidades de vendas. São 160 lojas da iGUi no Brasil e 290 espalhadas por outros países. Há ainda 700 unidades da Splash, que é a revenda própria dos produtos de entrada. Outras 325 são da Água Azul, revendas autorizadas, e 150 da Tratabem, primeira e única microfranquia brasileira focada em manutenção e limpeza de piscinas — limpeza, aspiração, manutenção, assistência técnica e tratamento de água de todos os tipos de piscinas, além de soluções e serviços de reparo em piscinas de fibra, alvenaria e vinil.

A surpreendente atuação no mercado internacional tem uma explicação, segundo o executivo: a qualidade. “Não conheço nenhum produto melhor que a iGUi pelo mundo”, afirmou o CEO, que possui mais de 40 anos de experiência no setor — metade deles com atuação no exterior.

Além disso, são 40 fábricas e centros de distribuição instalados no Brasil, Argentina, Paraguai, México, Portugal e Estados Unidos, que atendem as Américas, Europa, África, Oriente Médio, Ásia e Oceania.

iGUi tem três décadas de uma jornada marcada por inovação e visão estratégica
iGUi tem três décadas de uma jornada marcada por inovação e visão estratégica

O modelo de negócio das fábricas envolve sócios. “Essas 40 fábricas têm pelo menos dois sócios cada. Então, são 80 sócios na indústria. É complexo, mas bastante profissional”, destacou Sisson.

Se o desempenho é baseado nos lançamentos, um dos últimos deles teve boa penetração no mercado — principalmente no internacional: a piscina Cetus, com borda de acrílico curvo. E a aposta para o segundo semestre é a piscina com peças de tamanho 15×15, feita em parceria com a Cerâmica Atlas. A iGUi desenvolveu uma tecnologia que coloca as cerâmicas dentro da fibra, dando à estrutura a aparência de uma piscina de alvenaria. É sustentável e está pronta para ser instalada.

Essa já está em produção. Uma novidade para as próximas semanas são as piscinas com bolhas embutidas no fundo. O produto está em fase final de testes e deve chegar às lojas em breve.

Mas o que pode esfriar o otimismo e a performance da iGUi? Para Filipe Sisson, os rumos da macroeconomia brasileira — com os juros altos (atualmente em 14,75%) e a inflação fora da meta (em 5,53%, com teto de 4,50%) — são os principais pontos de atenção. “Existe um certo pessimismo, no geral. Mas estamos confiantes em alcançar nossas expectativas.”

É uma fala que revela a experiência de quem vivenciou a hiperinflação dos anos 1980 e 1990 — e superou. O executivo iniciou sua trajetória no ramo de piscinas muito cedo, como auxiliar de escritório em uma pequena fábrica da família no Rio Grande do Sul. Após um acidente com seu pai, assumiu temporariamente a gestão da empresa aos 19 anos, em 1981.

Em apenas cinco anos, sob sua administração, a empresa quitou todas as dívidas, multiplicou a produção anual de 700 para 3.000 piscinas e estruturou uma rede exclusiva de revendedores.as ainda não era o seu negócio. Isso veio a acontecer em 1995. Após uma divergência na empresa, decidiu seguir seu próprio caminho e assumiu a liderança de uma nova marca que surgia na cidade de Gravataí (RS): a iGUi — que, em uma das suas traduções no tupi-guarani, significa “água”. A partir de 2008, a marca foi franqueada e sua sede transferida para Cedral, região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. E, com o comando de Sisson, piscinas cheias viraram um mergulho em um negócio bilionário.

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