Em um mundo corporativo cada vez mais movido a dados, nuvem e inteligência artificial, a SAP deu um passo decisivo para moldar o futuro dos negócios. O recente lançamento da versão em português do Joule, seu copiloto de inteligência artificial generativa, não é apenas mais uma ferramenta no portfólio da gigante alemã de tecnologia. É, na prática, a consolidação de uma estratégia ambiciosa que já está redefinindo a forma como empresas de todo o mundo operam, tomam decisões e constroem vantagem competitiva.
Especialmente no Brasil. Isso porque a operação local está puxando para cima o desempenho da companhia na América Latina e no mundo, com crescimento consistente de “dois dígitos”, segundo o presidente da SAP no País, Rui Botelho. “Há muitos trimestres consecutivos que somos destaque no balanço global da companhia”, afirmou. “A maturidade das empresas na adoção da nossa tecnologia e a velocidade do crescimento têm sido impressionantes e abrem perspectivas muito positivas para a democratização do acesso à IA e a atração de novas empresas”, acrescentou Botelho.
Essa expansão, segundo o presidente, se apoia na promessa de aumento de produtividade entre 25% e 30% com a utilização do Joule. “Não há dúvidas de que o Joule pode equacionar o histórico problema de baixa produtividade no Brasil, nivelando o País com os mesmos índices de produtividade das maiores economias do mundo”, disse Botelho.
O Joule, em operação, pode identificar áreas com fraco desempenho, conectar-se a outros conjuntos de dados que revelem problemas, como a cadeia de fornecimento, por exemplo, e acionar automaticamente o sistema para oferecer potenciais correções.
Diretamente integrado às soluções que sustentam processos críticos de mais de 300 milhões de usuários corporativos no mundo, o Joule promete transformar o trabalho diário nas organizações. “O Joule saberá o que você quer dizer, não apenas o que você diz”, afirmou Christian Klein, CEO global da SAP. “Ele tem potencial para redefinir a forma como trabalham as empresas e as pessoas que as impulsionam.”
A proposta do Joule, segundo Klein, é simples e revolucionária: utilizar linguagem natural para traduzir dados complexos em insights de negócios acionáveis, contextualizando informações que estão espalhadas por múltiplos sistemas. Isso permite decisões mais rápidas, inteligentes e, sobretudo, alinhadas a padrões rigorosos de segurança e compliance.
Diferentemente de outros copilotos de IA no mercado, o Joule foi desenvolvido para não ser genérico. O robô foi projetado para entender os processos empresariais, atuando como um orquestrador de dados. Sua integração se estende por toda a suíte de soluções SAP — de finanças, RH e cadeia de suprimentos até compras e experiência do cliente. O Joule também se conecta à SAP Business Technology Platform e a dados de fontes externas.
Na prática, um gerente de operações pode perguntar ao Joule por que uma linha de produtos apresenta queda nas vendas. O copiloto não apenas retorna dados históricos, como cruza essas informações com indicadores da cadeia de suprimentos, detectando gargalos e até sugerindo soluções. Tudo em linguagem natural.
Em Recursos Humanos, por exemplo, o Joule já consegue gerar descrições de cargos livres de vieses e até criar roteiros de entrevistas personalizados. Hoje, ele é capaz de automatizar 80% das tarefas mais comuns, e sua capacidade continuará se expandindo.
A força dos números
O avanço na estratégia de IA vem ancorado em um desempenho financeiro sólido. Em 2024, a SAP superou todas as expectativas e entregou os melhores resultados da sua história recente. A companhia registrou:
- Crescimento de 29% nas encomendas atuais de serviços em nuvem, totalizando 18,1 bilhões de euros;
- Um salto de 40% no total da carteira de cloud, que chegou a 63,3 bilhões de euros;
- Receita de cloud avançando 34% (em câmbio constante);
- Receita total de 34,18 bilhões de euros, alta de 10% sobre 2023.
O CEO global destaca que metade das novas encomendas de serviços em nuvem já inclui soluções com inteligência artificial. “Encerramos 2024 de forma robusta, superando todos os objetivos. Nossa posição como líder em dados e IA empresarial reforça a confiança de que aceleraremos ainda mais esse crescimento até 2027”, afirmou Klein.
Na América Latina, a SAP também avança a passos largos, especialmente com a adoção massiva de soluções em nuvem. Os setores de energia, serviços financeiros, agronegócio, indústria e varejo puxam a demanda por transformação digital, segundo a presidente da empresa para toda a região, Adriana Aroulho. Empresas como Ambev, Braskem, Itaú, Suzano e Magazine Luiza já utilizam soluções SAP para automatizar processos críticos. “O Joule é a nossa grande ferramenta de expansão, mas não o único pilar da estratégia de IA da SAP. Além do desenvolvimento interno, a SAP investe pesado em parcerias e no ecossistema de inovação.”
No ano passado, a empresa anunciou investimentos nas startups Aleph Alpha, Anthropic e Cohere, além de reforçar colaborações com gigantes como Microsoft, Google Cloud e IBM. E vai além: por meio da Sapphire Ventures, está destinando mais de US$ 1 bilhão para financiar startups de IA aplicadas a negócios.
O futuro dos negócios
O ano de 2025 marcará, segundo a própria SAP, a consolidação do que chama de “Era dos Agentes”, na qual o Joule atuará como um “superorquestrador” de agentes de IA. Para isso, dados se tornam ainda mais estratégicos. “A IA é tão poderosa quanto os dados que a alimentam”, destacou Klein.
Com o crescimento sustentado em nuvem, a expansão da inteligência artificial e um portfólio de soluções que já permeia as operações das maiores empresas do planeta, a SAP não só mantém sua posição de liderança global — como avança rapidamente para definir o padrão do que será a empresa do futuro.
