Agentes de IA poderão negociar preços e comprar em nosso nome, diz estudo da Visa

Relatório aponta que a próxima década será marcada pelo maior acesso a assistentes que atuarão como extensões de nós mesmos. É a Nova Era do comércio agêntico

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Imagens: Divulgação

Romina Seltzer, diretora de Produtos e Inovação para a Visa América Latina e Caribe

Romina Seltzer, diretora de Produtos e Inovação para a Visa América Latina e Caribe

Os brasileiros estão mais interessados em assistentes pessoais formatados a partir de Inteligência Artificial do que a média global. Relatório da Visa, líder mundial em pagamentos digitais, em parceria com o Institute for the Future (IFTF), intitulado “O Comércio do Amanhã, Hoje”, aponta que 82% dos brasileiros expressam interesse em agentes de IA, enquanto globalmente o índice é de 76%. Essa representatividade torna os agentes uma das principais tecnologias emergentes junto com a biometria, que gerou 80% de interesse.

O estudo, ao qual o BRAZIL ECONOMY teve acesso de maneira antecipada, mostra que a próxima década será marcada pelo maior acesso a vários desses agentes de IA, que atuarão como extensões digitais de nós mesmos. Ou seja, esses assistentes podem comprar, negociar preços e gerenciar pagamentos em nosso nome — essencialmente servindo como compradores pessoais de confiança, disponíveis o tempo todo.

Para a Visa, essa mudança aponta para o surgimento do comércio agêntico, possibilitando transações fluidas e escaláveis por meio de agentes autônomos. Além disso, ela transformará a verificação de identidade e reforçará a segurança das informações confidenciais, tornando o processo de comprovação de nossas identidades mais tranquilo com a biometria avançada.

Grandes tendências que, provavelmente, revolucionarão a forma como as pessoas compram e vendem de maneiras ainda mais significativas do que a revolução digital das últimas duas décadas.

“Com o cenário do comércio e da IA evoluindo em velocidade sem precedentes em nossa região, agora mais do que nunca, a confiança e a transparência serão cruciais”, disse Romina Seltzer, diretora de Produtos e Inovação para a Visa América Latina e Caribe.

“Aproveitando nosso conhecimento de longa data sobre IA, temos o compromisso de moldar o comércio do futuro no Brasil e além – o futuro está aqui”, discorreu a executiva.

Para Dylan Hendricks, diretor do Institute for the Future, mesmo que o futuro seja muito complexo para prever com precisão, ao examinar tendências de longo prazo, há indícios iniciais de mudança e cenários futuros projetados para desafiar as premissas atuais e ajudar a pensar de forma diferente sobre o que está por vir.

“Essas mudanças não só transformarão a forma como os consumidores compram, mas mudarão toda a estrutura dos negócios e do comportamento do consumidor”, enfatizou.

PRINCÍPIO DA CONFIANÇA

Essa tendência reconhece que o momento atual da IA será um ponto de inflexão para a confiança que os clientes e comunidades depositam nas instituições ao seu redor.

A identidade pessoal continuará se expandindo em dispositivos inteligentes e redes digitais, exigindo redes de confiança avançadas, onde os clientes possam interagir com agentes de IA e proteger sua privacidade, segurança e ativos.

Um dos capítulos iniciais do relatório, O Princípio da Confiança, observa que o uso intencional e atento da IA tem o potencial de cultivar novos níveis de relacionamentos de confiança com os consumidores. Por outro lado, a IA aplicada de formas menos ponderadas ou coerentes tem o potencial de afundar a confiança, já que clientes e empresas estão navegando em um ambiente ruidoso e incerto.

Esse princípio ocorre em um momento em que o nível geral de confiança e segurança que os brasileiros têm nas várias instituições de comércio é relativamente baixo, de 37%, comparado às médias globais, na casa dos 44%

No entanto, os consumidores brasileiros valorizam a transparência e a segurança para promover a confiança, refletindo outras tendências semelhantes em todo o mundo: os níveis mais altos de confiança são colocados em marketplaces on-line (56%), enquanto os níveis mais baixos incluem plataformas de mídias sociais (26%) e influenciadores (13%).

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