Com previsão de crescimento de 25% no faturamento em 2025, a Reflorestar Soluções Florestais, há 20 anos no mercado, acelera seus investimentos em tecnologia e expansão geográfica. A empresa, integrante do Grupo Emília Cordeiro, anunciou um aporte superior a R$ 60 milhões — dos quais 62% já foram executados — para modernizar sua frota de máquinas e fortalecer a atuação em silvicultura, colheita e carregamento de madeira. As informações foram antecipadas ao BRAZIL ECONOMY.
“Já temos seis contratos em operação sendo mobilizados, inclusive semana passada, com a abertura da nossa regional no Espírito Santo”, afirmou Humberto Godinho, sócio-diretor da Reflorestar e do Grupo Emília Cordeiro. “Também iniciamos uma operação de irrigação mecanizada no Vale do Paraíba, a primeira do tipo na região, o que reforça nosso posicionamento como uma empresa com soluções florestais diferenciadas e 100% mecanizadas”, acrescentou.
Com sede em Turmalina (MG), a Reflorestar atua hoje em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Mato Grosso do Sul e, agora, no Espírito Santo. A meta é alcançar um faturamento de R$ 142 milhões neste ano – frente aos R$ 113,8 milhões registrados em 2024 –, impulsionado pela adoção de tecnologias de ponta, como a plantadora montada em escavadeira hidráulica PC 240 com cabeçote duplo P22.b, capaz de plantar até 550 mudas por hora.
A maior parte dos recursos (cerca de 70%) será destinada à silvicultura, tradicionalmente uma atividade manual, mas que agora passa por uma transformação profunda, segundo Igor Dutra de Souza, diretor florestal da Reflorestar. “Estamos levando para a silvicultura a mesma estrutura robusta que antes era exclusiva da colheita mecanizada. Isso chamou atenção do mercado. Oferecemos confiabilidade ao cliente, com soluções personalizadas e estrutura de apoio completa”, disse o executivo.
Além de renovar o parque de máquinas, a empresa expandiu a frota de 53 para 57 equipamentos — entre escavadeiras, tratores e colheitadeiras — e projeta aumentar o número de colaboradores de 320 para até 400 até o fim de 2025. “Esse crescimento é reflexo direto da resposta positiva do mercado. Clientes que antes dependiam de mão de obra manual estão buscando alternativas mais confiáveis para garantir o planejamento físico de suas operações florestais, principalmente diante de investimentos bilionários no setor”, afirmou Souza.
Entre os novos projetos, destaca-se a entrada da Reflorestar na produção de biomassa. A empresa fechou um contrato com a Inpasa, no Mato Grosso do Sul, para fornecimento de cavaco de madeira a usinas de etanol que estão substituindo fontes fósseis por uma matriz mais limpa. “É um mercado novo que está se abrindo para nós, ampliando ainda mais nosso leque de atuação”, disse Godinho.
Com a aquisição de novos módulos de colheita – compostos por Feller Buncher, Skidder e Garra Traçadora –, a Reflorestar estima colher mais de 5,5 milhões de m³ de madeira e carregar mais de 6,7 milhões de m³ em 2025. Em 2024, foram 5,3 milhões colhidos e 6,2 milhões carregados, com produtividade média de 143 m³/h, resultado da combinação entre tecnologia e capacitação técnica das equipes.
Desde 2021, a empresa mantém um plano contínuo de modernização de máquinas com foco em eficiência energética e sustentabilidade. Nos últimos três anos, economizou 330 mil litros de diesel e evitou a emissão de mais de 850 toneladas de CO₂. “A mecanização não só melhora a produtividade, como também reduz o impacto ambiental, uma demanda cada vez mais urgente do setor”, reforçou Souza.
A nova fase da Reflorestar visa ainda colocar a empresa em rota de expansão nacional. Já há prospecções em andamento no Pará, Maranhão, Tocantins e na Região Sul.
De Minas para a América Latina
Criada no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a Reflorestar nasceu da necessidade de suprir a demanda por madeira para cerâmicas da região e da visão empreendedora de mecanizar um setor ainda altamente manual.
“A gente viu uma oportunidade num trabalho que era altamente manual e bastante sacrificante. Vimos que a mecanização poderia transformar essa realidade, e foi aí que nasceu a Reflorestar”, contou o sócio-diretor da empresa.
A empresa começou com um único equipamento importado e a missão de oferecer serviços de colheita florestal com maior segurança, produtividade e eficiência. De lá para cá, a empresa se transformou no primeiro prestador de serviços florestais mecanizados do País e pavimentou seu crescimento com base em tecnologia e soluções personalizadas para grandes players do setor.
“Crescemos de forma orgânica. Saímos de Minas e fomos ganhando espaço nos estados vizinhos. Hoje, não há nenhuma restrição territorial para a gente operar”, afirmou Godinho, cujos planos são de estender a atuação para a América Latina.

Além da inovação no campo, a empresa sustenta sua cultura em um modelo de gestão que valoriza o capital humano. Com raízes na comunidade local, mantém laços com seus colaboradores e investe sistematicamente em capacitação técnica, inteligência financeira e liderança. Os programas internos estruturados, na visão dos seus executivos, alinham todos os níveis hierárquicos à estratégia do negócio e têm permitido à Reflorestar crescer sem perder sua identidade.
“Nosso modelo de gestão nasceu em uma cidade pequena, onde patrão e funcionário frequentam os mesmos bares, igrejas e restaurantes. Esse espírito de proximidade e comunidade, a gente leva para todas as regiões onde atua. Por isso temos uma taxa de retenção de equipe muito alta”, disse Godinho.
Segundo Souza, a Reflorestar investiu quase R$ 300 mil nos últimos três anos em formação e capacitação de pessoas. “Nós tínhamos um parceiro de mercado que aplicava os treinamentos. Neste ano, internalizamos esse profissional. Hoje, ele atua como coach interno dos nossos gerentes, entendendo as demandas de cada regional e oferecendo soluções práticas.”
Esse trabalho abrange até a base da operação. “Oferecemos cursos de gestão financeira para operadores, mecânicos, auxiliares. Queremos que eles saibam o que fazer com o dinheiro que ganham. Isso evita que tomem decisões impensadas diante de propostas salariais tentadoras”, afirmou o diretor florestal da Reflorestar.
A abordagem tem dado resultado: há dois anos a empresa não registra nenhum afastamento por acidente de trabalho. E a última pesquisa de clima indicou um índice de satisfação de 82%.