Braço financeiro da Randoncorp, Rands define plano para dobrar empresa até 2027

Vertical aposta em diversificação e parcerias estratégicas para ampliar sua base de clientes e expandir atuação principalmente no varejo, no agronegócio e na tecnologia

Fernanda Bompan
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Imagens: Alex Battistel

Daniel Ely, COO da Rands: "Somos uma empresa bilionária, mas queremos dobrar essa receita de forma sustentável"

Daniel Ely, COO da Rands: "Somos uma empresa bilionária, mas queremos dobrar essa receita de forma sustentável"

Se depender da ambição e do plano de voo da Rands, braço de soluções financeiras e serviços da Randoncorp, os próximos anos prometem ser de pista livre para o crescimento. A empresa, que atingiu cerca de R$ 1 bilhão em faturamento, quer dobrar de tamanho até 2027, ampliando sua base de clientes de 50 mil para 100 mil nos próximos três anos.

“Hoje já somos uma empresa bilionária, mas queremos dobrar essa receita de forma sustentável, com soluções inteligentes para o transporte e além dele”, disse Daniel Ely, vice-presidente executivo da Randoncorp e COO da Rands, ao BRAZIL ECONOMY.

A viagem é guiada por duas avenidas principais: aumentar o cross-sell na base atual — com mais de 40 soluções oferecidas — e atrair novos embarcadores para a jornada. Só com a base atual, a expectativa é de um crescimento de 50% até 2027. “Mas queremos dobrar o número de clientes e, com isso, duplicar o faturamento”, acrescentou.

Criada oficialmente em 2023, a Rands nasceu da integração de três verticais do grupo: Randon Consórcios, Banco Randon e Randon Seguros. Desde então, passou a reunir outras companhias, como a DB, especializada em tecnologia com atuação dentro e fora do Brasil; a Addiante, joint venture com a Gerdau focada em locação de caminhões, implementos e máquinas; a RV, voltada para investimento e aceleração de startups; a Conexo, que apoia empresas na construção de cultura de inovação; e a Delta Global, com foco em soluções de gestão de frotas e tecnologia.

Hoje, 60% da receita vem do setor de transporte e logística — onde a Randoncorp tem seu DNA — mas a companhia já atua em varejo, agronegócio e tecnologia. “A gente vem falando menos das empresas e mais da plataforma. O cliente não quer saber quem é o CNPJ por trás. Ele quer soluções que resolvam suas dores”, disse.

Para isso, a Rands tem investido em um novo jeito de empacotar seus serviços. O banco, o consórcio e a corretora, por exemplo, agora operam sob a vertical de soluções financeiras.

Essa estratégia tem dado resultado na Rands como um todo. Nas palavras de Ely, a vertical “vem crescendo como startup”: 46% ao ano nos últimos quatro anos. Em 2024, ela respondeu por 6% da receita da Randoncorp — um salto relevante, considerando que, há pouco tempo, representava apenas 2%. E a meta é chegar a 10% da receita.

“Os serviços têm uma margem melhor que a indústria. Esses 6% de receita já significam 15% do Ebitda da companhia. Estamos no caminho certo”, afirmou Ely.

Acordo com o Pátria: combustível para o próximo ciclo

Para manter o tanque cheio e acelerar o crescimento, a Rands anunciou, há cerca de um mês, um acordo com o fundo Pátria. A holding formada vai investir R$ 320 milhões nos segmentos de consórcio e seguros, que, juntos, representam 45% da receita líquida da Rands. A transação ainda aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central do Brasil (Bacen).

“A entrada do Pátria mostra confiança no nosso modelo e vai permitir aquisições, compra de carteiras e novos balcões. Estamos falando de um mercado em consolidação, e queremos liderar esse movimento”, explicou Ely.

De acordo com a Rands, a estratégia passa por fortalecer o segmento de seguros — que representa 1% da receita total da vertical —, assim como as marcas próprias de varejo: a Racon, de aquisição de bens imóveis e veículos, e a Yeah, consórcio digital de serviços. O segmento de consórcios de pesados, especialidade da Rands, também vai receber aportes, com foco na oferta de produtos adaptados às necessidades dos clientes, com novas soluções para os mercados de transporte, logística e agronegócio.

O consórcio, aliás, é uma das joias da coroa da Rands: a empresa já é a terceira maior administradora de consórcios de pesados do país. Mas a próxima parada é o varejo — veículos leves, imóveis e serviços, com destaque para a digitalização das jornadas de compra.

Para 2026, Ely contou que o aporte também será aproveitado para realizar mais fusões e aquisições, joint ventures e criar ou acelerar empresas internas, como é o caso da Yeah.

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