Com uma receita que mistura inovação, ousadia e um toque de gastronomia portuguesa, a A Quinta Pet acaba de embarcar em sua maior aventura até agora: a conquista do mercado europeu. A porta de entrada? Portugal, escolhido estrategicamente como trampolim para levar o modelo de alimentação natural para pets — desenvolvido com tecnologia 100% brasileira — a um dos setores mais competitivos e bilionários do mundo.
Em entrevista exclusiva à BRAZIL ECONOMY, Tiago Tresca, CEO e fundador da startup, revelou os planos ambiciosos da companhia, que acaba de desembarcar em solo lusitano. A meta é multiplicar por cinco o faturamento até o fim do ano, saindo dos atuais R$ 5 milhões para R$ 25 milhões. “Portugal será o nosso primeiro laboratório europeu. É um mercado maduro, receptivo à inovação e com forte identidade cultural, o que permite adaptar nossas receitas de forma autêntica”, afirma o executivo.
Tecnologia que cabe no sachê — e no bolso
O diferencial que levou a empresa a romper fronteiras é uma solução que promete virar o jogo no setor: refeições naturais envasadas em sachês, sem necessidade de refrigeração. Em um ambiente dominado por alimentos congelados e enlatados, a tecnologia criada pela A Quinta Pet garante conveniência, segurança alimentar e escalabilidade logística — um trio que brilha aos olhos de redes varejistas e clínicas veterinárias.
“No Brasil, percebemos que a alimentação natural congelada não se sustentava por causa da logística. Isso nos desafiou a desenvolver um sistema de envase que mantém o alimento estável fora da geladeira, sem comprometer a qualidade nutricional”, explica Tresca.
Sabores de Portugal, alma brasileira
Na Europa, a produção será feita em parceria com um fornecedor local. E o cardápio será exclusivo: inspirado em pratos tradicionais da culinária portuguesa, como “Carne de Vaca à Jardineira” e “Secretos de Porco com Brócolos”, com ingredientes típicos como curgete (abobrinha), moelas, feijão verde e, claro, os “bróculos”. Um toque regional que busca gerar identificação imediata com os tutores europeus.
Tresca já iniciou as negociações com redes de petshops e clínicas veterinárias portuguesas. E os olhos já estão voltados para o próximo passo: a entrada na Espanha, prevista para 2026.
Concorrência de peso e apetite por inovação
A investida brasileira acontece em um momento de intensa movimentação no setor pet europeu. A britânica Butternut Box captou impressionantes € 280 milhões, enquanto a espanhola Dogfy Diet entrou no radar de grandes holdings. A gigante Nestlé Purina adquiriu a inglesa Lily’s Kitchen e a Mars desembolsou US$ 1 bilhão pela americana Nom Nom.
“Esses movimentos mostram o quanto o mercado está atento e aquecido. Estamos prontos para competir com um modelo que une custo competitivo, inovação e escala. Portugal é apenas o começo da nossa jornada global”, garante o CEO.
Enquanto isso, no Brasil…
A operação nacional não fica para trás. A startup também acelera por aqui, com o lançamento da Maia, uma assistente virtual com inteligência artificial capaz de conversar com os tutores, entender o comportamento dos pets, sugerir produtos e até agendar serviços como banho e tosa.
“A Maia inaugura uma nova era na experiência de compra pet. Os tutores querem praticidade, personalização e respostas rápidas. E é isso que estamos entregando com a IA”, diz Tresca. Com mais de 7 mil itens cadastrados, a expectativa é de um salto nas vendas: crescimento de 13% ao mês nas assinaturas e 20% via distribuição em petshops até dezembro.
Suplementos na mira e feira no radar
Outro lançamento que promete movimentar o segundo semestre é a nova linha de suplementos nutricionais para pets, que será apresentada com pompa na Pet South America, uma das principais feiras do setor, em agosto, em São Paulo. O investimento? Cerca de R$ 300 mil, incluindo desenvolvimento, produção e ações de marketing.
“O Brasil segue como nosso campo de testes mais estratégico. Tudo o que fazemos aqui é pensando em escala global. Com a Maia, o novo portfólio e os suplementos, mostramos que inovação e cuidado caminham lado a lado”, conclui Tresca.
