Indústria náutica põe foco no topo: luxo, potencial e os ventos da internacionalização

Com mais de 42 mil quilômetros de vias navegáveis, o Brasil tem os ingredientes para se tornar uma potência náutica global. Setor já emprega mais de 150 mil pessoas

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Imagens: Divulgação

O Brasil tem tudo para ser um protagonista global, segundo Fernando Assinato, CEO do grupo

O Brasil tem tudo para ser um protagonista global, segundo Fernando Assinato, CEO do grupo

De olho nesse oceano de oportunidades, estaleiros nacionais como o Grupo Armatti Yachts & Fishing Raptor estão abrindo novas rotas e expandindo sua presença além das fronteiras. O grupo acaba de inaugurar um centro de negócios e atendimento nos Estados Unidos, em Fort Lauderdale, na Flórida – um dos principais polos da náutica mundial.

“O Brasil tem tudo para ser um protagonista global”, afirma Fernando Assinato, CEO do grupo. “Mas para isso, é fundamental avançar em políticas públicas que incentivem a compra de embarcações e ampliem a infraestrutura náutica no país.”

O mercado global de iates de luxo não para de crescer. Segundo a consultoria Mordor Intelligence, apenas nos Estados Unidos o segmento deve movimentar mais de US$ 4,8 bilhões em 2025. No Brasil, o faturamento da indústria náutica gira em torno de US$ 500 milhões por ano (cerca de R$ 2,5 bilhões), mas ainda esbarra em obstáculos como alta carga tributária, burocracia e falta de marinas públicas e privadas.

Mesmo assim, o setor se destaca pela alta empregabilidade e pela cadeia de valor que movimenta, que vai da indústria metalúrgica à hotelaria, passando por turismo, serviços e comércio. E mais: ao contrário da indústria automobilística, cada embarcação exige um nível elevado de mão de obra especializada – o que abre espaço para capacitação e geração de renda.

“Vender uma lancha no Brasil é muito mais do que vender um produto de luxo. É ativar uma rede que inclui estaleiros, fornecedores, mecânicos, marinheiros, postos de abastecimento, pousadas e restaurantes”, diz Assinato.

Um dos grandes motores desse crescimento está em Santa Catarina, estado que se consolidou como o maior polo náutico do país. Ali estão instalados mais de 20 grandes estaleiros, incluindo a base industrial do Grupo Armatti & Fishing. A localização estratégica, aliada à logística eficiente e aos incentivos fiscais estaduais, como o Pró-Náutica e o Pró-Emprego, impulsionou a produção local em mais de 50% nos últimos 15 anos.

“É um case de sucesso. Mas o Brasil inteiro tem potencial para seguir esse caminho”, defende o CEO. “Se conseguirmos alinhar esforços entre governo e iniciativa privada, a náutica pode se tornar um dos grandes vetores da economia brasileira.”

Made in Brazil para o mundo

Com sede em São José (SC), o grupo investe continuamente na modernização de sua planta industrial e no desenvolvimento de embarcações cada vez mais sofisticadas, com design esportivo e tecnologia de ponta. O objetivo é claro: conquistar o mundo com barcos 100% brasileiros, sem perder o foco no mercado doméstico.

“Nossas embarcações são multifuncionais. Atendem desde o pescador esportivo até famílias que buscam lazer com conforto e luxo”, explica Assinato. “Mas queremos mais do que exportar. Queremos ver nossos barcos navegando também por rios, represas e mares brasileiros.”

O mar está aberto. E com ele, o Brasil tem a chance de virar protagonista de um novo capítulo da sua história industrial e turística – com velas ao vento, tecnologia de ponta e um oceano de possibilidades pela frente.

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