Com 24 anos de história, o Grupo Emiliano tornou-se referência em luxo e atendimento na hotelaria, com suas duas unidades: uma na Rua Oscar Freire, no Jardim Paulista, em São Paulo, e outra na Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Os endereços, que são símbolos de sofisticação das duas cidades, ganharam ainda mais charme com a atenção aos mínimos detalhes – conforto, serviço personalizado, gastronomia primorosa, decoração acolhedora e minimalista –, que caracterizam os hotéis do Grupo Emiliano. Agora, Gustavo Filgueiras, CEO da companhia, visa avançar em outras frentes da hotelaria com a marca v3rso (em letras minúsculas mesmo), mantendo o nível maiúsculo dos serviços da hotelaria Emiliano, mas com uma boa dose de tecnologia embarcada no modelo de negócio e no atendimento aos hóspedes.
Filgueiras acredita que o v3rso atende a uma tendência do setor que ele chama de “ruptura na lógica”. Na avaliação do executivo, enquanto muitos utilizam a experiência hoteleira para digitalizá-la, a nova marca fará o contrário. “Vamos usar a tecnologia para aplicá-la em uma hospedagem com nossos valores de personalização e de produto de altíssima qualidade”, afirmou Filgueiras ao BRAZIL ECONOMY, sobre a ideia que surgiu ainda em 2011, mas que na época não encontrou um ambiente tecnológico tão maduro e massificado quanto o atual.

Afinal, hoje é possível abrir uma conta bancária em dois minutos, alugar um carro ou uma casa, comprar uma viagem internacional ou pedir uma refeição no restaurante de sua preferência com uma fluidez inexistente há 15 anos.
O conceito do v3rso é proporcionar, desde o momento da reserva, uma jornada digital única, em que o cliente pode personalizar serviços, escolher horários de check-in e check-out sob demanda e, com soluções embarcadas com inteligência artificial, criar um ambiente ajustado às suas preferências pessoais, como temperatura do ar-condicionado e intensidade da iluminação.
Os hóspedes escolhem antecipadamente, no momento da reserva, se preferem um atendimento mais próximo, com contato frequente com os funcionários, ou uma abordagem mais discreta — até mesmo sem contato com ninguém. “Unir o lado humano e acolhedor da hospitalidade à eficiência da tecnologia”, salientou o executivo. A ideia é proporcionar a melhor experiência possível, com o menor número de fricções.
O frigobar é personalizado de acordo com as preferências do cliente, assim como a cama, a trilha sonora e os livros pré-selecionados. Para complementar a experiência, o v3rso pretende transformar o próprio empreendimento em um destino na cidade, já que a área térrea contará sempre com restaurantes e bares renomados, além de outros serviços voltados à cultura, gastronomia e entretenimento.
Outro diferencial do hotel é a curadoria de “neighborhood favorites”, em que os hóspedes encontrarão indicações feitas por insiders locais, com recomendações de lugares não óbvios para conhecer nas cidades onde o hotel estiver presente.
Se as ferramentas digitais trarão personalização e praticidade, o atendimento do tech boutique hotel terá serviços e produtos com o padrão do Grupo Emiliano: tecidos com algodão 400 fios, travesseiros com plumas de ganso e o acolhimento característico a cada hóspede estarão à disposição nas acomodações.
MODELO DE NEGÓCIO
Atualmente, o v3rso está desenvolvendo quatro unidades em mercados estratégicos do Brasil. O primeiro, com lançamento previsto para o meio deste ano, será o v3rso Jardins, na Alameda Santos, em São Paulo, em parceria com a You,inc. Há ainda o v3rso Parque Global, no Panamby (também na capital paulista), além de empreendimentos em Porto Alegre (no Nilo Square Residence Resort, em Boa Vista) e Goiânia (no empreendimento Promenade, no Setor Marista).

Cada um com sua arquitetura diferenciada e peculiar, esses projetos integram unidades hoteleiras e residenciais, atendendo tanto hóspedes quanto moradores — o v3rso oferecerá serviços de hotelaria também aos moradores fixos. Os investimentos feitos por construtoras e incorporadoras somam mais de R$ 1 bilhão, com o projeto da capital gaúcha sendo o de maior aporte.
As tarifas serão até três vezes menores do que as dos hotéis tradicionais do Grupo Emiliano. “Criamos um produto que conseguimos levar para cidades que têm fluxo econômico intenso, mas que não demandam tarifas muito elevadas, graças à estrutura de custos mais enxuta”, afirmou Gustavo Filgueiras, que vislumbra como público-alvo os business travelers, pessoas ligadas aos destinos e aspectos culturais das localidades e interessadas em hospedagem conectada à tecnologia.
Outros centros econômicos estão sendo estudados em parceria com grupos empresariais regionais para expandir a marca v3rso. “É um modelo super expansível que a gente pode levar para cidades menores.”
E A EXPANSÃO DOS HOTÉIS EMILIANO?
A rede criada por Carlos Alberto Filgueiras (1947—2017), pai de Gustavo, também tem seu plano de crescimento. Vai abrir sua terceira unidade na Praia Brava, em Itajaí (SC). Será um hotel seis estrelas, no complexo residencial Tempo, da incorporadora Müze — com VGV de R$ 2,5 bilhões —, em que haverá uma torre exclusiva para o Hotel Emiliano. A construção terá investimento de R$ 250 milhões e projeto assinado pelo escritório Foster + Partners, do arquiteto Norman Foster.