EXCLUSIVO: Topaz incorpora NewM, lança ERP para consórcio e mira R$ 1 bilhão em 2025

A partir da união de forças das companhias que pertencem à Stefanini e com a nova solução, a Topaz projeta crescer sua receita entre 20% e 30% e complementar o portfólio de ferramentas full banking. Mais um passo para o IPO?

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Imagens: Divulgação

Jorge Iglesias, CEO da Topaz:. “Acreditamos muito que esse modelo de consórcio será transformado.”

Jorge Iglesias, CEO da Topaz:. “Acreditamos muito que esse modelo de consórcio será transformado.”

Um movimento para mudar o patamar da Topaz. É assim que está sendo tratada a incorporação da NewM à operação da Topaz. Ambas pertencem ao Grupo Stefanini, que possui faturamento na casa dos R$ 8 bilhões, sendo uma das maiores – senão a maior – empresas brasileiras de tecnologia. Paralelamente ao abraço que a Topaz dá à NewM, a empresa de serviços full banking lança um software de gestão (ERP) exclusivo para o segmento de consórcios, o que promete ser um dos maiores desenvolvimentos do mercado nos últimos anos. A partir da união de forças das companhias e com a nova solução, a Topaz projeta crescer sua receita entre 20% e 30% neste ano e, assim, ultrapassar R$ 1 bilhão – no ano passado, fechou em R$ 889 milhões.

A informação foi obtida com exclusividade pelo BRAZIL ECONOMY. Será divulgada oficialmente no Congresso Nacional de Administradoras de Consórcios (Conac), realizado em Campinas (SP), desta quarta-feira (14) até sexta-feira (16).

O avanço da Topaz no mundo dos consórcios complementa a jornada da companhia, especializada em serviços financeiros end-to-end – onboarding digital, canais mobile, internet banking, operação da parte regulatória e contábil, envio de informes legais ao Banco Central, operação do Pix, efetivação de compliance bancário e tramitação de investimentos.

“Entrar nesse segmento faz sentido porque vemos uma convergência no mercado com o que já fazemos. Empresas de seguro têm um banco. Montadoras de carros possuem um banco. Atuar em consórcios é parte da aposta da Topaz para o futuro”, afirmou Jorge Iglesias, CEO da Topaz. “Acreditamos muito que esse modelo será transformado.”

Quando o executivo fala de futuro e transformação, refere-se a uma disrupção no setor de consórcios, com uma integração cada vez maior entre os clientes, administradoras e bancos – tudo unido pela tecnologia. Justamente o que a Topaz oferece.

“Nossa intenção é atuar fortemente para ajudar administradoras e bancos a criarem e controlarem melhor seus planos de consórcio. Existem grandes oportunidades de renovação, não só de tecnologia, mas também na formatação de produtos diferentes”, disse Iglesias.
“Já pensou na união entre uma cota de consórcio e uma parcela de financiamento de um imóvel, com um investimento associado?”, indagou o CEO. A sugestão é apenas uma das possibilidades que podem ser trabalhadas no segmento e que ainda carecem de amadurecimento e regulação. “Mas estamos vendo tudo isso como uma disrupção que pode ser acelerada.”

A visão da Topaz é se apresentar cada vez mais como uma grande plataforma de soluções para a transformação de seus clientes – cerca de 300 em toda a América Latina –, com potencial para transformar o mercado como um todo.

“É um ramo carente de novas tecnologias. Entramos para ampliar o mercado, conectar os mundos de pagamento e financeiro”, afirmou Iglesias, que está em São José do Rio Preto (SP), na sede da NewM (adquirida pela Stefanini em 2022), realizando o roadshow com clientes e equipe para viabilizar a integração com a Topaz (adquirida pela Stefanini em 2012).

As soluções da NewM apoiam as administradoras de consórcio em toda a jornada de relacionamento com clientes e vendedores – desde o pré-venda, passando pela comercialização, até o pós-venda, incluindo crédito e contemplação. A empresa está presente em 11 das 25 maiores administradoras de consórcios do país e conta com mais de 1,3 milhão de usuários ativos em tecnologias que vão de aplicativos para consorciados à automação e inteligência para os vendedores.

A Topaz trará ainda mais eficácia às operações com a expertise em Inteligência Artificial desenvolvida pela Stefanini há mais de 14 anos. “Uma integração em que ganhamos escala e eficiência”, frisou o executivo.

PERFORMANCE 

Magnífico. Esse foi o termo usado por Jorge Iglesias para definir o ano de 2024. Foram R$ 889 milhões em faturamento, com 35% de Ebitda. O crescimento foi de 25% em relação ao período anterior, com 15 novos clientes e zero churn (nenhuma perda de clientes).

“Entregamos projetos importantes de transformação digital, como bancos na Argentina, Panamá, Colômbia e México”, afirmou o CEO da Topaz, que tem presença em 25 países e conta com 2.000 colaboradores.

O ano passado também foi marcado pela integração dos processos da Info Solutions, da qual a Topaz adquiriu 60% de participação, para complementar o portfólio no segmento financeiro com soluções de wealth management – voltadas para investimentos de bancos, corretoras, family offices e asset managements.

Também foi um período de negociações para a aquisição da operação colombiana da Valid Soluções, concretizada no início de 2025, com o objetivo de avançar em pagamentos instantâneos, tokenização, carteiras digitais (wallets) e outros serviços.

Agora, a entrada no ramo de consórcios amplia as possibilidades da Topaz para superar a marca de R$ 1 bilhão em receita – o que, segundo Iglesias, colocará a companhia em outro patamar. Nada mal para uma empresa que, em 2016, faturava apenas R$ 70 milhões.

“O crescimento é necessário para a nossa continuidade e crucial para o funcionamento dos nossos clientes. Seguimos olhando para o horizonte e entregando valor aos nossos parceiros”, afirmou o executivo, destacando que mais duas aquisições (M&As) estão na mira da Topaz para este ano. “Sempre com critério de ampliação do nosso portfólio”, disse, sem revelar os setores em que a empresa está focada.

Por outro lado, a entrada no mercado americano – onde a Topaz já possui quatro clientes – e o inevitável IPO (ainda sem data definida) estão em compasso de espera, devido à tensão causada pela administração do presidente dos EUA, Donald Trump, especialmente nas relações com a China.

Ambos os planos continuam ativos, mas aguardam uma “parada tática”. Estratégica. Uma característica que trouxe a Topaz até aqui.

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