Dona do Ibis e Mercure, francesa Accor bate recordes e define novas marcas no Brasil

As bandeiras Tribe, voltada ao público jovem, e a e Handwritten Collection, que valoriza design e localização, são as grandes apostas da companhia para a região

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Imagens: Divulgação

Thomas Dubaere, CEO da Accor, diz que dos 88 novos empreendimentos já assinados, 90% serão franquias

Thomas Dubaere, CEO da Accor, diz que dos 88 novos empreendimentos já assinados, 90% serão franquias

A gigante francesa da hotelaria, dona de marcas consagradas como Ibis, Mercure e Novotel, vive um momento de euforia — e não é para menos. A Accor acaba de registrar um novo ano histórico em sua operação nas Américas e, com o Brasil no centro da estratégia, prepara a chegada de novas bandeiras ao país. “Fizemos ainda melhor do que em 2023, que já havia sido um ano recorde”, comemora o belga Thomas Dubaere, CEO da divisão Premium, Midscale & Economy (PM&E) da Accor para as Américas.

O desempenho impressiona: em 2024, o RevPAR (receita por quarto disponível) subiu 11%, impulsionado principalmente pela alta nas diárias, que responderam por 80% do resultado. A ocupação média também avançou, de 59,4% para 61%, com perspectiva de ultrapassar os 62% em 2025. “Há poucos anos, trabalhávamos com ocupações de 55%. Esse novo patamar mostra a força da nossa estratégia”, afirma o executivo.

Brasil puxa a fila da expansão

Com 443 hotéis sob as bandeiras PM&E nas Américas — sendo 327 deles em território brasileiro —, a Accor prepara uma expansão robusta baseada em dois pilares: franquias e conversões. Dos 88 novos empreendimentos já assinados para os próximos anos, 90% serão franquias e 40% nascerão da conversão de hotéis independentes. “O mercado brasileiro amadureceu. Hoje temos parceiros locais experientes e preparados para operar hotéis com excelência”, explica Dubaere.

A movimentação é puxada não só pelas grandes capitais, mas também pela interiorização da hotelaria, com foco em cidades impulsionadas pelo agronegócio. Municípios como Nova Mutum (MT), Camaçari (BA), Dourados (MS), Santa Maria (RS) e Passos (MG) já estão no radar com novos hotéis Ibis e Ibis Styles a caminho.

Foco no lifestyle e nas novas gerações

A Accor não quer apenas crescer — quer também se reinventar. Para isso, aposta na chegada de duas novas marcas ao Brasil: Tribe e Handwritten Collection. A primeira é voltada a um público jovem e conectado, que valoriza design e localização. O primeiro Tribe na América do Sul foi inaugurado em Medellín, na Colômbia, e o segundo abrirá as portas em Belo Horizonte no segundo semestre de 2025. “É um hotel midscale com alma lifestyle, pensado para uma nova geração de viajantes”, diz Dubaere.

Já a Handwritten Collection surge como uma curadoria de hotéis independentes que mantêm sua identidade única, mas ganham o suporte da infraestrutura e dos programas de fidelidade da Accor. A proposta é perfeita para conversões, e os primeiros exemplares na região já estão em operação nos Estados Unidos e no México.

Tendências que movem o turismo

A força do turismo doméstico brasileiro segue sendo um motor para os negócios da Accor, especialmente diante do dólar elevado e das dificuldades para viajar ao exterior. “Nosso negócio sempre foi majoritariamente doméstico”, afirma Dubaere. Mas o executivo alerta: para que o país alcance níveis de ocupação próximos de 70%, será preciso atrair mais turistas internacionais. “O Brasil recebeu 6,6 milhões de estrangeiros em 2023. A França recebeu 89 milhões. Precisamos investir em infraestrutura e atrair grandes eventos.”

É nesse contexto que tendências como o gig tripping — viagens motivadas por shows e eventos culturais — e o bleisure — a combinação de negócios e lazer — ganham força. “Quando um show da Lady Gaga lota a cidade por dias, isso mostra o impacto que a economia da experiência pode ter na hotelaria”, reforça.

Investimentos bilionários e novos contratos

Em 2024, a Accor assinou 28 novos contratos de hotéis na divisão PM&E nas Américas, somando mais de 3 mil quartos e representando um investimento de R$ 1,2 bilhão por parte dos parceiros — sendo R$ 700 milhões apenas no Brasil. A meta? Chegar a 600 hotéis nas Américas em até quatro anos.

E o movimento se estende além das fronteiras brasileiras. Um dos destaques do ano foi a aquisição do portfólio Royal Holiday Group, com 17 hotéis no México, Argentina, Porto Rico e Estados Unidos. O valor da transação é de US$ 79 milhões, e a Accor planeja investir outros US$ 130 milhões na renovação dessas unidades nos próximos dois anos e meio.

A liderança como meta

Com uma estratégia arrojada, novas marcas no radar e forte presença nas cidades médias e grandes centros, a Accor quer seguir como referência absoluta no setor hoteleiro. “Nossa ambição é clara: manter a liderança no Brasil e ampliar nossa presença em mercados estratégicos das Américas”, conclui Dubaere.

 

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