No universo corporativo brasileiro, passivos trabalhistas são frequentemente tratados como um mal necessário — inevitáveis, dispendiosos e, quase sempre, empurrados com a barriga. Mas foi justamente ao olhar para esse cenário com lentes estratégicas que o empresário Lucas Pena viu uma oportunidade de transformação. O resultado? A criação do Grupo Pact Insights, organização que tem revolucionado a forma como grandes empresas lidam com disputas judiciais, transformando riscos em economia operacional.
Fundado em 2018, o grupo combina inteligência artificial, conhecimento jurídico e análise financeira para diagnosticar, estruturar e negociar ações trabalhistas de forma precisa e eficiente. De lá para cá, já foram mais de 2 mil acordos intermediados, movimentando mais de R$ 1 bilhão em risco e atraindo nomes de peso como iFood, Magazine Luiza, CVC, AeC, SulAmérica e Machado Meyer. Em 2024, o grupo faturou R$ 13,5 milhões e já mira os R$ 20 milhões para 2025 — um salto que reflete tanto a maturidade de sua tecnologia quanto o apetite das empresas por soluções inteligentes e sustentáveis.
“Historicamente, o Brasil não tem uma cultura de negociação judicial. Isso faz com que as empresas desembolsem mais de R$ 40 bilhões por ano só com ações trabalhistas”, observa Pena. “A Pact nasceu da ideia de que é possível mudar esse jogo. Criamos uma tecnologia capaz de cruzar dados dos tribunais com as informações internas de cada cliente, apontando com clareza quais processos devem ser negociados, em que momento e com qual estratégia.”
Essa é a base da Pact, a legaltech que deu origem ao grupo e que hoje é o carro-chefe da operação. Com uma abordagem que une diagnóstico financeiro, compliance processual e negociação estratégica, a startup oferece algo raro no setor: previsibilidade. E, talvez mais importante, resultados concretos. Só no setor hospitalar, por exemplo, a Pact ajudou um cliente a economizar R$ 22,9 milhões ao converter 547 processos em acordos. Em uma grande companhia ferroviária, 276 ações resultaram em uma redução de R$ 65 milhões em despesas. No setor de telecomunicações, foram R$ 57,5 milhões poupados com 212 acordos.
Um dos pilares desse desempenho é o modelo de remuneração: a Pact só é paga quando gera economia para o cliente. Nada de honorários fixos ou cobrança por hora. O alinhamento de interesses é total. “Esse modelo é a espinha dorsal do nosso crescimento. Ele reforça a confiança e mostra que estamos comprometidos em entregar valor real”, afirma o CEO.
Outro ponto de virada veio em 2023, com a aquisição da Legal Insights, originalmente um app de gestão documental, que passou a compor a engrenagem tecnológica do grupo. Hoje, a empresa atua como braço de inovação da Pact, oferecendo soluções de inteligência jurídica para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos corporativos. Com algoritmos próprios, a Legal Insights automatiza tarefas como cálculo de depósitos judiciais, controle de prazos e cruzamento de dados internos e externos — tudo com base em IA.
“A Pact é 100% dedicada à construção de estratégias para a redução de provisões por meio de acordos. Já a Legal Insights atua na transformação digital dos times jurídicos, automatizando fluxos e integrando bases diversas”, explica Pena. O efeito, segundo ele, é uma nova postura por parte do jurídico das empresas, que ganha protagonismo no planejamento corporativo e contribui diretamente para a governança e a previsibilidade financeira das organizações.
Num momento em que a Justiça do Trabalho avança na digitalização e as empresas enfrentam maior pressão por governança e responsabilidade social — impulsionadas por auditorias ESG e pelo medo de escândalos reputacionais —, o Grupo Pact Insights se posiciona como um parceiro estratégico. A organização alia segurança jurídica a impacto financeiro mensurável, mostrando que é possível tratar ações trabalhistas com mais inteligência e menos improviso.
“O Brasil está amadurecendo juridicamente. A reforma trabalhista de 2017 criou mais segurança para as empresas. Se o ambiente está mais favorável, por que não negociar de forma estratégica?”, provoca Pena.
Com uma metodologia proprietária, tecnologia de ponta e um modelo de negócios baseado em resultados, o Grupo Pact Insights deixa claro: o futuro da gestão trabalhista é mais eficiente, menos litigioso — e pode ser altamente lucrativo.