Gestão financeira: Celero atrai Visa, Sicredi e Caixa e vai triplicar de tamanho em 2025

Plataforma de Business Financial Management (BFM) que auxilia pequenas e médias empresas a administrarem melhor o fluxo de caixa multiplicou sua receita por cinco vezes nos últimos dois anos. E começa a se internacionalizar

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Imagens: Divulgação

João Augusto Betenheuzer, fundador e CRO da Celero

João Augusto Betenheuzer, fundador e CRO da Celero

Desde sua fundação, em 2016, tudo o que ocorre na Celero é surpreendente — a começar pela sua própria criação. Os jovens João Augusto Betenheuzer e João Henrique Tosin cursavam Administração na UniCuritiba quando foram desafiados a apresentar um projeto inovador. Em uma das aulas de Estatística Financeira, o professor disse que 60% das empresas no Brasil fechavam as portas em até cinco anos, muitas vezes por falta de uma boa gestão.

Ali surgiu uma ideia para resolver esse problema: criar uma startup que ajudasse as PMEs (pequenas e médias empresas) a terem um controle melhor do fluxo de caixa. Com o conceito na cabeça, procuraram o orientador, que deu seu parecer: “Isso não é um projeto de faculdade. Isso é um projeto de vida”.

A partir daquele momento, os alunos passaram a trabalhar para tirar a ideia do papel. Nascia a Celero, uma plataforma de BFM (Business Financial Management), que tem parcerias importantes com a Visa e contratos com o Sicredi e a Caixa Econômica Federal. A empresa multiplicou a receita por cinco vezes nos últimos dois anos e, segundo Betenheuzer, fundador e CRO (Chief Revenue Officer), irá triplicá-la em 2025.

“Nosso grande objetivo é revolucionar a maneira como as PMEs cuidam de suas finanças. Tornamos essa jornada mais fluida e isso, consequentemente, faz com que a roda da economia gire melhor”, disse o executivo.

O modelo de negócio da Celero é B2B2B: a solução é contratada por bancos, fintechs e outras instituições financeiras, que a oferecem aos seus clientes PJ. Hoje, as ferramentas da Celero estão disponíveis em 20 das principais companhias bancárias do país e estarão em outras cinco ainda neste ano.

Com 100 colaboradores, a tecnologia é 100% proprietária, desenvolvida e aperfeiçoada em oito anos de atividades da empresa. O processamento e a categorização transacional somam mais de R$ 1 bilhão por mês. “Levamos todas as comodidades do Open Finance para o público de pessoa jurídica”, afirmou Betenheuzer.

Traduzindo: oferece um sistema de gestão de fluxo de caixa completo, para controle do dinheiro, previsibilidade de entrada e saída de recursos e clareza sobre os objetivos financeiros, proporcionando uma melhor visão do negócio. Exatamente o que faz um departamento financeiro, mas de maneira descomplicada e digital.

Diretoria Celero: Eduardo Machado (CTO), João Augusto Betenheuzer (CRO), João Tosin (CEO) e Pedro Chaves (COO)
Diretoria Celero: Eduardo Machado (CTO), João Augusto Betenheuzer (CRO), João Tosin (CEO) e Pedro Chaves (COO)

Relatório de eficiência fechado na quinta-feira (29), com dados dos últimos seis meses e ao qual o BRAZIL ECONOMY teve acesso com exclusividade, mostra que 54% das empresas que usam o BFM da Celero tiveram variação positiva no lucro operacional — a média de crescimento foi de 20%. Em relação à otimização de custos e despesas, 35% das empresas aumentaram seu resultado operacional. Também houve redução no prazo médio de recebimento de seus clientes em 24% das empresas. As ferramentas de gestão de recebíveis ainda trouxeram uma redução de 37% na inadimplência.

E como tudo isso começou a dar certo? Primeiro, porque a Celero se propôs a resolver, com tecnologia, uma dor das pequenas e médias empresas brasileiras que as levava a encerrar suas atividades. Mais do que manter vivas as companhias, as soluções ajudam essas empresas a crescer.

Isso chamou a atenção da Visa, líder em pagamentos digitais no mundo. E lembra que, no início desta reportagem, chamamos a atenção para o fato de que os acontecimentos na Celero são sempre surpreendentes? Então, a Visa chegou até a Celero por meio do preenchimento de um cadastro no site, que foi prontamente respondido por Betenheuzer.

A conversa evoluiu rapidamente e logo firmaram uma parceria, na qual a Visa começou a disseminar as ferramentas da Celero para seus parceiros aderirem. Foi uma mudança de patamar. A Celero entrou na casa de milhares de empresas que passaram a usar suas ferramentas. “Avançamos em uma série de processos, questões de segurança e certificações. O nível de exigência para ser um parceiro da Visa é muito alto”, disse o CRO.

Foi a partir da Visa que o Sicredi cruzou o caminho da Celero. E aí houve a segunda mudança de patamar: a Celero saiu de milhares de usuários de suas soluções para a casa de milhões, já que o Sicredi possui mais de 6,5 milhões de associados em sua atuação como cooperativa de crédito.

Mais recentemente, em março deste ano, foi a vez de a Caixa Econômica Federal firmar parceria com a Celero para oferecer gestão financeira com inteligência artificial a pequenas e médias empresas de sua base. “É mais um avanço na nossa jornada”, disse o fundador.

PRÓXIMOS PASSOS

A Celero tem se desenvolvido rapidamente no mercado brasileiro e já coloca o pé fora do país, com um projeto-piloto em uma nação vizinha na América Latina. Faz sentido pensar em internacionalização a partir de um bom posicionamento da empresa no Brasil. “Estamos atendendo os principais players do mercado nacional. E percebemos que, a partir de alguns estudos, essa dor que existe aqui no Brasil é a mesma de outros países da América Latina”, frisou Betenheuzer.

Tornar-se, então, uma plataforma global seria natural, certo? “Um passo de cada vez”, ponderou o executivo. “Precisamos cuidar aqui do quintal de casa primeiro. A partir de 2030, espero que estejamos preparados para passos mais longos.” Isso pode ocorrer de maneira acelerada — como o nome da empresa sugere. E de forma surpreendente, como a história mostra até aqui.

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