Se o Brasil quer ser protagonista na luta contra a mudança climática, a hora de agir é agora. E quem está no centro dessa transformação é a Brazil Climate Investment Week (BCIW), o principal evento do País dedicado à mobilização de investimentos em soluções climáticas e baseadas na natureza.
Marcado para os dias 5 e 6 de junho, em São Paulo, o BCIW chega à sua segunda edição com uma missão de acelerar o fluxo de capital rumo à descarbonização da economia e à proteção dos biomas brasileiros. O encontro acontece em um momento estratégico, a menos de seis meses da COP30, que será realizada em Belém (PA), e tem potencial para consolidar o Brasil como destino prioritário dos investimentos verdes globais.
Ao longo de dois dias, o BCIW conecta gestores de ativos, investidores institucionais, empresas, startups e representantes do governo, oferecendo um cardápio robusto de oportunidades de negócios na fronteira da transição climática — da agricultura regenerativa às soluções baseadas na natureza (NbS), passando pela restauração florestal, bioeconomia e inovação financeira.
“Queremos entender se, diante das incertezas econômicas e geopolíticas, existe apetite real dos investidores internacionais por ativos relacionados à natureza e ao clima. Isso será determinante para definir quanto capital chegará ao Brasil nesse momento crítico”, disse Marina Cançado, fundadora da Converge Capital, uma das organizadoras do evento.
Ao lado da Capital for Climate (C4C), organização que atua globalmente na mobilização de recursos para soluções climáticas, a Converge lidera uma agenda que combina conteúdo estratégico, networking de alto nível e, sobretudo, negócios.
O otimismo é grande. Mais de US$ 2,5 bilhões em capital brasileiro já estão comprometidos com projetos de NbS, segundo estimativas da C4C. A expectativa é que outros US$ 3 bilhões vindos de fontes internacionais sejam mobilizados até a COP30, elevando o total para pelo menos US$ 5 bilhões.
“Existe um pipeline robusto de oportunidades no Brasil, mas isso, por si só, não basta. É preciso garantir um ambiente seguro, previsível e financeiramente atrativo para que os investidores se sintam confortáveis a longo prazo”, acrescentou Tony Lent, cofundador da Capital for Climate.
Ao longo do evento, a C4C, em parceria com a Deloitte, vai apresentar os primeiros resultados de um estudo inédito que mapeia a oferta e a demanda de capital no setor de soluções baseadas na natureza no Brasil até 2028.
Se há um consenso entre os organizadores, é que o Brasil vive uma janela de oportunidade rara. Com seus biomas, sua biodiversidade e sua capacidade de liderar modelos econômicos regenerativos, o país tem todas as credenciais para ser protagonista na economia climática global. Mas o tempo é curto — e o desafio, colossal. Como resume Marina Cançado: “O capital já começou a se mover. Agora, precisamos acelerar.”