Brasil e China: uma parceria estratégica em um cenário global cada vez mais adverso

A relação entre os dois países tem se consolidado como uma das mais estratégicas no cenário internacional. Em 2024, o comércio bilateral atingiu crescimento de 3,5% no ano, totalizando US$ 188 bilhões

Agostinho Turbian*
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Imagens: Divulgação

Agostinho Turbian é empresário, conselheiro e sócio do Brazil Economy

Agostinho Turbian é empresário, conselheiro e sócio do Brazil Economy

Novos ventos sopram sobre as relações internacionais do Brasil — e, entre todos os caminhos de cooperação global, poucos são tão promissores quanto a ponte que temos construído com a China. Como brasileiro, editor e observador atento do cenário econômico internacional, enxergo com entusiasmo e otimismo essa aliança que combina pragmatismo, visão de futuro e compromisso com o desenvolvimento sustentável. É nesse espírito de confiança e oportunidade que precisamos analisar os avanços recentes na cooperação entre o Brasil e o mundo.

A relação entre Brasil e China tem se consolidado como uma das mais estratégicas no cenário internacional. Em 2024, o comércio bilateral atingiu cifras recordes, com um crescimento de 3,5% no ano, totalizando US$ 188 bilhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A China manteve sua posição como o segundo maior importador mundial, com importações que alcançaram RMB 18,39 trilhões em 2024, representando um crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior.

No setor energético, empresas chinesas investiram mais de US$ 32 bilhões em geração, transmissão e distribuição de eletricidade no Brasil entre 2007 e 2022. Projetos como o Linhão de Belo Monte, operado pela State Grid, fornecem energia renovável para mais de 60 milhões de brasileiros.

Além disso, a instalação de fábricas de veículos elétricos por empresas chinesas, como a BYD na Bahia e a GWM em São Paulo, impulsiona a mobilidade sustentável e gera milhares de empregos qualificados no país. Em recente visita à China, o prefeito da cidade de São Paulo assinou importantes contratos de negócios nesse setor, que trarão um enorme avanço nos transportes coletivos — com ônibus elétricos modernos, silenciosos, sem emissão de gases de efeito estufa e, especialmente, confortáveis para os usuários, com destaque para o silêncio e o ar-condicionado.

No contexto latino-americano, o Brasil desempenha um papel de liderança, buscando fortalecer suas relações comerciais e políticas. A recente conclusão do Acordo de Parceria entre o Mercosul e a União Europeia, anunciada em dezembro de 2024, representa um marco significativo nesse esforço. O acordo abrange uma população combinada de aproximadamente 718 milhões de pessoas e economias que, juntas, somam cerca de US$ 22 trilhões.

Neste cenário, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) tem exercido papel central na articulação de estratégias internacionais que posicionam o Brasil como interlocutor global ativo e confiável. Recentemente, o ministério recebeu representantes dos Estados Unidos em Brasília, reforçando a disposição do Brasil em manter um diálogo responsável, construtivo e equilibrado com todas as grandes potências econômicas do planeta — especialmente com os EUA, que aqui vieram para o refinamento das bases dos acordos existentes. Essa postura reafirma nosso compromisso com o multilateralismo, o comércio justo, o desenvolvimento sustentável e, principalmente, com o diálogo responsável.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) projeta um crescimento de 2,7% no comércio mundial em 2024, apesar dos desafios geopolíticos e econômicos. Esse cenário oferece oportunidades para o Brasil expandir suas exportações e diversificar seus parceiros comerciais.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) destaca a necessidade de repensar as estratégias de desenvolvimento diante da desaceleração econômica global e das crescentes tensões geopolíticas. Nesse contexto, a parceria entre Brasil e China, bem como os acordos multilaterais e os canais de diálogo com outros blocos estratégicos — como os EUA e a União Europeia —, são fundamentais para promover um crescimento sustentável e inclusivo.

O fortalecimento das relações Brasil-China, aliado à integração regional e à diversificação de parcerias globais, posiciona o Brasil como um ator-chave na construção de um futuro mais próspero e equilibrado. Mas, mais do que isso, reafirma o que nós, brasileiros, carregamos de melhor: a vocação para o diálogo, a capacidade de criar pontes e a fé no progresso compartilhado. Como sócio-conselheiro da BRAZIL ECONOMY, dentre outras atividades no mundo das comunicações, cidadão comprometido com o desenvolvimento do nosso país, pai de família e brasileiro, acredito firmemente que esse é o caminho que devemos seguir — com seriedade, competência e otimismo. O Brasil tem voz, tem valor e tem visão. E o mundo está ouvindo.

*Agostinho Turbian é empresário, conselheiro e sócio do BRAZIL ECONOMY

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