VLI amplia exportação de milho para a China e investe R$ 3,5 bilhões em logística

Gigante da logística que opera ferrovias, portos e terminais - e fatura R$ 9,6 bilhões - conquista habilitações para exportar milho e se posiciona como ponte da commodity entre Brasil e o país asiático, que está em guerra comercial com os EUA

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Imagens: Divulgação

Terminal Portuário de São Luís (TPSL), operado pela VLI, recebeu habilitação para exportar milho

Terminal Portuário de São Luís (TPSL), operado pela VLI, recebeu habilitação para exportar milho

Sorte, para alguns, é simplesmente um acaso favorável, uma boa coincidência. Para outros, é a união da oportunidade com a capacidade — é estar no momento certo e ser competente para aproveitá-lo. A VLI, companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais, encaixa-se na segunda opção. A empresa vinha se preparando para atender às exportações de milho para a China — uma ação naturalmente estratégica. Em fevereiro, conquistou, junto ao Ministério da Agricultura, a habilitação para exportar milho ao mercado chinês pelo Terminal Portuário de São Luís (TPSL).

Em março, foi a vez do Terminal de Produtos Diversos (TPD), no Porto de Tubarão, obter a autorização. O timing foi perfeito, já que a guerra tarifária e comercial entre Estados Unidos e China incentiva o país asiático a procurar o Brasil para comprar milho e complementar sua safra interna. É sorte que une oportunidade com capacidade.

A VLI já tem sido procurada por chineses e por empresas do agronegócio brasileiro que vendem o grão para eles. Pelo Terminal de São Luís, no Maranhão, saem as exportações nacionais captadas em estados do Norte, Centro-Oeste e em parte do Nordeste do País.

Esse terminal faz parte do chamado Corredor Norte da VLI, composto pelo tramo norte da Ferrovia Norte-Sul e pela Estrada de Ferro Carajás. O corredor movimenta cargas como milho, soja, fertilizantes, combustíveis e ferro-gusa — e conta também com três terminais integradores, localizados em Palmeirante e Porto Nacional (Tocantins) e em Porto Franco (Maranhão).

Capta cargas do Matopiba (acrônimo formado com as primeiras sílabas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e de estados como Pará, Mato Grosso e Goiás. Nos últimos cinco anos, a VLI investiu cerca de R$ 1,5 bilhão na estrutura do corredor, visando à manutenção dos elevados níveis de segurança e eficiência da operação local, além do aumento da capacidade de transporte de carga. Foram adquiridos 168 vagões e três locomotivas, que já operam no corredor desde o ano passado. É sorte? É, mais uma vez, oportunidade com capacidade.

“O Arco Norte ganha cada vez mais relevância no cenário das exportações brasileiras, e nossos volumes e investimentos acompanham esse crescimento”, disse Ederson Almeida, diretor de Operações do Corredor Norte da VLI. “A VLI possui um mix de carga variado e busca a excelência operacional para trazer eficiência ao negócio de todos os setores que atendemos.”

VLI atua em três corredores ferroviários no Brasil: um no Norte e dos que parte do Centro-Oeste e Sudeste que ligam os Portos de Tubarão (ES) e Santos (SP)
VLI atua em três corredores ferroviários no Brasil: um no Norte e dos que parte do Centro-Oeste e Sudeste que ligam os Portos de Tubarão (ES) e Santos (SP)

A VLI atua em três corredores ferroviários no Brasil: um no Norte e dois que partem do Centro-Oeste e do Sudeste, ligando os portos de Tubarão (ES) e Santos (SP).

Já pelo Terminal do Porto de Tubarão, no Espírito Santo, a habilitação oferece acesso ao maior mercado importador de milho para os clientes da companhia atendidos pelo chamado Corredor Leste, que liga o Triângulo Mineiro ao sistema portuário capixaba por meio da Ferrovia Centro-Atlântica e da Estrada de Ferro Vitória a Minas.

Para mostrar de maneira ainda mais clara a “sorte” da VLI, é preciso analisar os dados das exportações da safra brasileira 2023/24 de milho. De fevereiro a setembro de 2024, foram 19,51 milhões de toneladas — 29,8% a menos do que no mesmo período de 2023. O motivo da diminuição? A baixa competitividade frente aos Estados Unidos. Poucos meses depois, o jogo pode virar, com a China diminuindo ainda mais o interesse na commodity agrícola americana e aumentando a disposição em negociar com o Brasil. A VLI agradece.

Agradece pela sorte? Se for traduzida como oportunidade aliada à capacidade, sim. Mesmo em um cenário desafiador, a VLI realizou, em 2024, investimentos de R$ 3,5 bilhões nas operações multimodais da companhia em dez estados brasileiros, para garantir maior eficiência e segurança nas entregas — que incluem também um corredor ferroviário do Centro-Oeste para o Porto de Santos (SP), onde a companhia possui um terminal.

Um aporte possível a partir de uma receita líquida de R$ 9,8 bilhões, 8% superior à do ano anterior, com Ebitda recorde de R$ 5 bilhões — crescimento de 9% em relação a 2023. O lucro líquido foi de R$ 1,34 bilhão. Sorte com aquela carga de capacidade, quando são apresentadas as oportunidades.

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