Em um mercado que movimenta R$ 100 bilhões por ano no Brasil, equivalente a 1% do PIB (Produto Interno Bruno), como mostrou o BRAZIL ECONOMY em reportagem no início de março, natural que o ecossistema das apostas online evolua e outros negócios surjam na órbita desse setor. É o que tem ocorrido neste momento em que a regulamentação das bets completou 100 dias, na quinta-feira (10). Já entra no País empresas que montam outras empresas de jogos digitais. É o caso da inplaySoft, originária de Londres, que visa prospectar empresários para investir no segmento.
A companhia inglesa investiu cerca de R$ 90 milhões no mercado brasileiro para atuar diretamente na criação e desenvolvimento de plataformas e provedores para as bets. A promessa é entregar um equipamento pronto para ser operado, com o know-how de estrutura e software desenvolvido no Reino Unido, além de todo o suporte que vão desde a criação até as questões financeiras e operacionais.
Estima-se que atualmente, para estabelecer uma empresa de apostas online de pequeno porte, sem muitas personalizações, apenas focadas em esportes populares, o pacote inicial de aporte gire em torno de R$ 30 milhões a R$ 60 milhões por ano.
Alex Rose, CEO da inplaySoft, com vasta experiência no setor, afirma que “o Brasil é o mercado mundial com o maior potencial de crescimento”, neste momento. “Além de começar uma rede do zero, também temos expertise para atender sites de apostas já existentes, que buscam reposicionamento de marca, mudança de imagem ou simplesmente a exploração de novos mercados”, diz o executivo.
A inplaySoft acabou de desembarcar no País e já opera duas plataformas que passaram a atuar no mercado nacional após a regulamentação do setor. São os casos da GingaBet, patrocinadora dos clubes Vila Nova, Paysandu e Ponte Preta, e a Viva Sorte Bet, que ocupa o espaço mais nobre do uniforme do Bahia, Athletico e Goiás.
Segundo o CEO da inplaySoft, o diferencial da empresa é a personalização implementada junto às plataformas. “Se o cliente optar por investir em algum mercado específico, temos a capacidade de criar layouts especializados, além de desenvolver promoções para atrair novos consumidores”, frisa, ao ressaltar que existem modalidades que possuem uma atenção maior do público brasileiro, como o futebol, responsável por 80% das apostas no País. “Mas não existe uma fórmula. Estamos aqui para potencializar os objetivos estabelecidos pelos clientes”, acrescenta o executivo.
O processo de regulamentação das casas de aposta no Brasil avançou no início de 2025, após anos de debate. São 138 empresas autorizadas a operar pelo governo. Porém, ainda há o desafio detectar e promover sanções a centenas delas que ainda estão operando na ilegalidade.
Enquanto isso, o mercado formalizado têm contribuído com taxas e impostos, movimentado a economia e também o mercado de trabalho. Dados da Michael Page, parte do PageGroup, considerado um dos maiores players mundiais em recrutamento especializado de profissionais, somente no segundo semestre de 2024, quando o Brasil se preparava para entrar no mercado regulado, ocorreu um aumento de 37% na procura de novas contratações para o segmento. A mesma consultoria informa que o pico neste primeiro semestre deve ser ainda maior.