Sol Agora acelera no crédito: base de clientes sobe 43% e FIDC capta R$ 800 mi

Fintech da Brookfield não descarta nova rodada de funding para sustentar expansão do crédito e ampliar presença no mercado de energia renovável no Brasil

Fernanda Bompan
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Imagens: Divulgação/Sol Agora

Segundo Eduardo Solamone, diretor de RI da Sol Agora, produto de crédito não compete com capacidade financeira do cliente

Segundo Eduardo Solamone, diretor de RI da Sol Agora, produto de crédito não compete com capacidade financeira do cliente

A Sol Agora, fintech investida pela gestora canadense Brookfield, tem se destacado no setor de crédito para a instalação de usinas solares, especialmente com sua recente captação do Sol Agora FIDC 3. Em apenas 4 meses do ano, sua base de clientes saltou quase 43%, ao passar de 42 mil em dezembro de 2024, para 60 mil em abril de 2025.

Com um portfólio de clientes diversificado e um produto de crédito acessível – com recursos gerados via Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) -, a empresa tem atraído investidores, mesmo em meio a desafios econômicos como a alta taxa de juros (atualmente 14,25% ao ano) e o aumento do índice de inadimplência.

 “O nosso produto de crédito não compete com a capacidade financeira dos clientes. Ele substitui uma despesa já existente, a conta de energia, o que torna a adesão mais fácil e segura”, afirmou Eduardo Solamone, diretor de Relações com Investidores da Sol Agora, ao BRAZIL ECONOMY.  

A captação do Sol Agora FIDC 3 foi um novo marco para a empresa. Foram levantados R$ 800 milhões na operação que teve o Banco Genial como administrador e a gestão da Régia Capital. A operação assegurou R$ 300 milhões para investidores antigos e novos, mas a procura foi três vezes maior.

O montante foi dividido entre três chamadas de capital previamente definidas. A primeira já foi liquidada em fevereiro e a segunda deve ocorrer na próxima semana. Outros R$ 300 milhões restantes serão liquidados em julho. “ A gente entende que vai consumir os R$ 800 milhões na concessão desses financiamentos até meados de agosto e setembro deste ano”, explicou. A rentabilidade média da transação, medida pelo return on equity (ROE), foi de 29%.

Segundo ele, o próximo passo é iniciar discussões, seja para alguma captação adicional, ou aumentar esse terceiro FDIC dos R$ 800 milhões para R$ 1 bilhão, “o qual já estava no plano original”, ou eventualmente avançar para o lançamento de uma quarta rodada de captação.

O segundo FIDC da empresa foi lançado no ano passado e levantou R$ 900 milhões, tendo BR Partners, BNP Paribas e o IFC, braço financeiro do Banco Mundial, como âncoras de colocação. O ROE dessa operação foi de 21%. 

Com o volume de originação de crédito crescendo, a empresa observa que, a cada mês, cerca de R$ 80 milhões a R$ 90 milhões em financiamento são concedidos. São pedidos cerca de R$ 1 bilhão mensais. A expectativa é que neste ano sejam concedidos R$ 1,2 bilhão em financiamentos, levando a um total de R$ 2,4 bilhões distribuídos nos três anos de operação da fintech. 

A tese do power point da Brookfield

Criada em 2021, a Sol Agora nasceu dentro da gestora Brookfield, que decidiu construir, do zero, uma tese de impacto voltada ao financiamento de usinas solares para pessoas físicas e pequenos e médios empreendedores. Ao contrário de outras startups centradas na figura de um fundador, a Sol Agora surgiu a partir de uma estratégia corporativa desenhada em planilhas, apresentações e, principalmente, convicções. “Era só um PowerPoint. A Brookfield queria testar se, com as pessoas certas, era possível transformar uma tese em realidade”, lembrou Solamone.

Com uma capilaridade nacional, a empresa atende todas as regiões do Brasil, com uma maior concentração de clientes no Norte e Nordeste, que representam 45% da base, e 55% no Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

 “Nossa presença nacional nos permite entender os diferentes comportamentos do consumidor em diversas regiões. A gestão eficiente dessa base de clientes nos dá uma vantagem competitiva, além de nos permitir estruturar um portfólio de crédito robusto”, disse. 

Para o executivo, o próprio mercado brasileiro, com apenas quatro players atuantes – Sol Agora, Solfácil, Santander e BTG Pactual – permite pensar alto. “Cerca de 70 milhões de residências no Brasil, em tese, estão aptas a receberem uma instalação de uma usina solar. Desse universo, só 3% das casas possuem instalações de usina solar no Brasil. Há muito espaço para crescimento”, concluiu o diretor de RI da Sol Agora

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