O esqui no Alasca é considerado bastante radical devido à combinação de condições desafiadoras, como montanhas íngremes, temperaturas extremas e risco de avalanches. A vastidão e a verticalidade das montanhas da região oferecem oportunidades para descidas extremas, tornando a prática uma experiência única para quem busca adrenalina e superação. E por que não reunir os maiores empresários do Brasil para esquiar nas áreas mais radicais do Alasca? Essa foi a ideia de Ademar Couto, CEO da Odgers Berndtson, em 2009, quando foi convidado por seu amigo Sergio Dávila para, junto a outros dois amigos, realizar o heliski — modalidade de esqui alpino ou snowboard fora da trilha, em que o esquiador é transportado ao topo da montanha por um helicóptero, em vez de utilizar teleférico ou outros meios convencionais.
Ao retornar ao Brasil e contar sua aventura, Ademar percebeu que muitos empresários compartilhavam o desejo de conhecer o Alasca e esquiar por lá — movidos pela paixão pelo esporte —, mas não queriam viver a experiência sozinhos. Assim surgiu a ideia de criar um grupo exclusivo que unisse adrenalina e networking ao final do dia. Bingo! Desde então, Ademar organiza a expedição para executivos C-level de diferentes setores. Mais de 48 empresários já participaram da aventura, entre eles: Julio Capua (ex-sócio da XP Investimentos), Carlos Ambrósio (ex-sócio da Avenue), José Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Alberto Jorge (Grupo São José), Luciano Huck, Roberto Mário Santini (TV Tribuna – Globo), Marcos Baumgart (Grupo Baumgart), João Paulo Diniz (CEO da Componente e filho, já falecido, de Abílio Diniz), Renato Abucham (cofundador da Claritas Investimentos), Antonio Pereira (Lazard Brazil) e José Laloni (Banco ABC). Na última edição, realizada neste mês, participaram nomes como Tallis Gomes (G4 Educação), Fábio Franchini (Sanyuu Corretagem de Seguros), Gustavo Pessoa (Legacy Capital) e Fernando Abucham (Copa Investimentos).

A viagem ocorre anualmente durante 10 dias do mês de abril, quando há mais de 10 horas de luz solar por dia — condição ideal para a prática do esporte. Após esse período, o risco de avalanche aumenta significativamente. Apenas 12 pessoas podem participar por vez, e há sempre fila de espera. Para embarcar nessa aventura, é indispensável saber esquiar. Empresários com experiência prévia em locais como Bariloche, Valle Nevado ou os Alpes Franceses e Suíços se deparam com um cenário completamente diferente: neve fofa, sem pistas sinalizadas nem teleféricos. Trata-se do esqui em sua forma mais extrema, em montanhas virgens, onde é possível deixar a primeira marca na neve.
O grupo se hospeda no exclusivo Tordrillo Mountain Lodge, acessível apenas por hidroavião. Após o pouso nas águas do Lago Judd, os hóspedes são levados ao Main Lodge ou a uma das cabanas de madeira artesanal espalhadas ao redor do lago. Quem se hospeda no chalé principal tem acesso ao bar à beira do lago e à banheira de hidromassagem ao ar livre. Depois de uma sessão de sauna, é possível mergulhar nas águas cristalinas e admirar a vista deslumbrante da Cordilheira do Alasca. As cabines individuais oferecem também banheira de hidromassagem a lenha, serviço de massagem, um chef exclusivo e um bar abastecido com uma carta de vinhos de primeira linha.

“Após anos entrevistando executivos na Odgers Berndtson, percebi que muitos deles compartilham o desejo de vivenciar algo totalmente fora da rotina, que os faça esquecer, mesmo que por alguns dias, das responsabilidades. Muitos encontram essa paz em esportes como golfe, surfe, tênis ou kitesurf. Além disso, liderar uma empresa é uma posição solitária, e eventos como este trazem a sensação de acolhimento e pertencimento. Enfrentar um desafio em condições de igualdade, sem os títulos ou o poder de um CEO, nos faz sentir vivos novamente.
A adrenalina corre nas veias e nos vemos parte de um grupo unido, onde o objetivo maior é a satisfação e a liberdade de todos. É isso que torna essa viagem ao Alasca tão especial. Vencemos juntos nossos maiores medos. Afinal, empreender também é se arriscar”, afirma Ademar Couto. Ele também compartilha momentos inusitados das expedições: “Certa vez, Sergio Dávila foi surpreendido por uma pequena avalanche — o que pode acontecer. Por isso, nossa operação é muito bem estruturada. Os guias são altamente experientes, entre eles o medalhista olímpico Tommy Moe e o montanhista David Evans, que já escalou o Everest mais de 18 vezes.”

Depoimentos de empresários que já participaram da experiência:
“Todo mundo que faz essa viagem gosta de desafios e quer evoluir em um esporte que é extremamente técnico. Ir para o Alasca é a realização de tudo aquilo que levamos anos para aprender. A cada descida, enfrentamos um obstáculo diferente — como no dia a dia dos negócios. A diferença é que, no Alasca, temos amigos ao lado e apoio. E o fato de ser tão longe faz a gente valorizar ainda mais a experiência.”
— Fábio Franchini
“Participei por acaso da primeira viagem, há três anos. Sempre encontramos novos rostos, mas há uma característica comum entre todos: o gosto pelo desafio. Quem ama desafios costuma começar cedo — no surfe, lutas, esqui aquático… e vai evoluindo. Quem chega até o esqui e, principalmente, a este grupo, torna tudo mais interessante.”
— Renato Abucham
“Esquiar sempre foi uma grande paixão. Já fiz muito em resorts e fora deles, e esse tipo de viagem sempre esteve na minha lista de desejos. Eu encaro essa experiência como o Ceará é para o kitesurf — não tem erro. É o melhor lugar para praticar. E com esse grupo de amigos, tudo se torna ainda mais especial. A estrutura é de décadas, totalmente testada para garantir a segurança em um ambiente desafiador. Esses fatores me atraíram, e quando surgiu a oportunidade, remanejei a agenda. Vale muito a pena.”
— Fernando Abucham
“É o melhor esqui que existe, em um ambiente de grande exclusividade. É algo que, pessoalmente, me faz desligar completamente. Volto com energia renovada, mais foco e determinação. É uma experiência incrível. Muitos já são amigos e vamos conhecendo os novos. São pessoas com um perfil parecido com o meu: sede de vencer, sucesso nos negócios, competitividade, integridade e vontade de sempre melhorar. O paralelo com a vida é claro: o esqui é um esporte radical, e precisamos gerenciar riscos — assim como no mercado.”
— Gustavo Pessoa
“Sou viciado em adrenalina, gosto da sensação, mas nunca fui irresponsável. Sempre me preparo bem. Quando vim ao Alasca pela primeira vez, achei tudo cinematográfico. Estar no meio do nada, cercado apenas por gelo, é uma experiência incrível. Desligar do dia a dia, conviver com amigos e viver tudo isso amplia nosso repertório e nos dá tempo para refletir sobre os desafios que enfrentamos. Empreender e esquiar exigem coragem, responsabilidade e capacidade de lidar com riscos extremos.”
— Tallis Gomes