Desde que existe a relação homem-trabalho, existe também a preocupação dos humanos serem substituídos pelas tecnologias emergentes. Nos últimos anos, a Inteligência Artificial conquistou o protagonismo da economia mundial, ao mesmo tempo em que despertou uma série de indagações sobre seu uso em detrimento de pessoas. Para ter uma fotografia do momento, a NordVPN, uma das maiores fornecedoras de soluções de privacidade e segurança digital no mundo, realizou pesquisa sobre os impactos da IA e chatbots, destacando diferenças significativas no uso e percepção dessas tecnologias entre diferentes gerações no Brasil.
A sondagem revela que 17% da população brasileira temem que seu emprego possa ser substituído pela Inteligência Artificial. Além disso, 27% acreditam que essa tecnologia está se desenvolvendo rápido demais. Os dados do recorte brasileiro foram obtidos com exclusividade pelo BRAZIL ECONOMY.
Essa preocupação tem gerado uma corrida atrás de especialização no assunto. Seja para obter conhecimento de soluções, seja para usar de fato em sua função. De acordo com o levantamento, 35% dos entrevistados estão se educando sobre IA para se adaptar melhor no futuro, enquanto 24% usam regularmente chatbots de IA para assistência em seu tempo livre e no ambiente de trabalho. Outros 13% recorrem à IA para suporte educacional, em escolas e universidades, e 23% já utilizaram IA generativa para criar imagens.
Mas, como toda moeda tem seus dois lados, parte dos brasileiros, na condição de consumidores, estão insatisfeitos com as ferramentas de IA usadas pelas empresas com as quais têm relação. Quem nunca reclamou de estar conversando com um robozinho ao invés de um profissional para resolver um problema, não é mesmo?
Segundo a pesquisa da NordVPN, 21% se frustram com o uso de chatbots por empresas no atendimento ao cliente. Além disso, 27% evitam compartilhar dados sensíveis com IA devido à falta de confiança, e 4% dos entrevistados afirmaram ter sido vítimas de golpes envolvendo IA.

“O crescimento do uso da inteligência artificial no Brasil é impressionante e reflete uma tendência global de digitalização acelerada. No entanto, a pesquisa mostra que a segurança e a privacidade ainda são preocupações significativas para os usuários”, disse Madu Melo, Country Manager Brasil na NordVPN.
“É essencial que empresas e governos colaborem para criar um ambiente digital mais seguro, garantindo que as inovações tecnológicas beneficiem a todos sem comprometer a proteção dos dados pessoais”, afirmou a executiva.
BRASIL USA MAIS IA
O estudo da NordVPN destaca ainda que, em relação a outros países analisados na pesquisa, como Alemanha, Itália e Japão, o Brasil se destaca pela maior taxa de utilização frequente de IA.
No País, 42% dos usuários que utilizam IA ao menos uma vez por semana o fazem para assistência no tempo livre, contra 38% na Alemanha e 31% na Itália. Além disso, 47% dos brasileiros utilizam IA regularmente no ambiente de trabalho, e 26% recorrem à IA para fins educacionais, enquanto no Japão esse número é de apenas 14%.
Com maior uso dessa tecnologia, o brasileiro tem uma melhor percepção do que é gerado por IA ou não. Um bom sinal diante de tanta fakenews e deepfake disseminadas por aí.
A pesquisa indicou que os brasileiros estão relativamente confiantes em sua capacidade de identificar imagens geradas por IA, com 18% acreditando que conseguiriam identificar deepfakes, percentual acima da média global.
No entanto, o medo de fraudes persiste: 25% das mulheres brasileiras que utilizam IA frequentemente declaram evitar compartilhar informações sensíveis devido à falta de confiança na tecnologia.
GERAÇÃO Z
O estudo identificou ainda que homens demonstram maior frequência no uso de IA generativa para criar imagens (29%) em comparação com mulheres (17%).
Outro dado interessante é que a população integrante da Geração Z busca menos informações sobre IA que os mais velhos da Geração Boomer, sendo que pesquisa revelou que apenas 27% dos usuários da Geração Z tenta se informar sobre IA, contra 47% dos Boomers.
Pessoas com altos rendimentos estão mais propensas a utilizar IA para gerar imagens (32%) e interagir com chatbots no trabalho (34%). Profissionais de nível gerencial apresentam maior uso de chatbots em seu tempo livre (32%) em comparação com outros grupos profissionais (20%).