“A identidade digital validada com biometria está virando moeda de confiança na economia brasileira.” A análise é de Paulo Naliato, chief growth officer (CGO) do IDPay da Unico, empresa de tecnologia de validação da identidade real das pessoas, investida por SoftBank, General Atlantic e Goldman Sachs. A plataforma Unico IDPay, de autenticação com biometria facial que visa evitar fraudes e recuperar receita em compras de alto risco que seriam perdidas por pagamentos negados em e-commerces e marketplaces, passou por recente atualização. Desde maio de 2023, quando foi lançada — há dois anos, portanto —, a ferramenta já “salvou” R$ 6,47 bilhões para a economia digital, a partir de transações financeiras lícitas que seriam rejeitadas por outros métodos antifraude, segundo a companhia.
Apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, o IDPay processou cerca de 5 milhões de transações, representando R$ 9 bilhões em tentativas de compra, muitas das quais seriam negadas por falta de certeza na autenticação.
Entre os 800 clientes da Unico — bancos privados, varejistas, fintechs, sites de e-commerce e indústrias —, a Casas Bahia, um dos grandes players do varejo, evitou perdas de R$ 30 milhões com a solução da empresa.
A ferramenta integra a captura de biometria diretamente ao fluxo de compra, eliminando redirecionamentos e etapas que contribuem para abandono de carrinho. Reduz perdas econômicas por falsos positivos e aumenta a assertividade no combate a fraudes, de acordo com a companhia.
“O consumidor ainda sofre com a negação de compras online legítimas, e nossa solução vem mudando esse cenário ao oferecer uma validação determinística, que dá mais segurança para o lojista e para os emissores”, disse Naliato.
O termo “determinística” pode soar estranho, mas é justamente o diferencial da Unico. Modelos tradicionais, chamados de “probabilísticos”, rejeitam mais transações consideradas de risco.
“A falta de recorrência de clientes no comércio eletrônico não se torna mais um obstáculo para a conversão. Isso quer dizer que, às vezes, aquela compra é negada porque não se trata de uma compra usual, algo que a pessoa está acostumada a comprar”, afirmou o executivo. “Se, dentro desse processo, o cliente cai no modelo de aprovação probabilístico, ele tem mais chance de ter a compra negada do que no determinístico, que é o que a Unico usa”, explicou o CGO.
A biometria facial tem se tornado cada vez mais um ativo estratégico na infraestrutura de serviços públicos e financeiros no Brasil. São 152 milhões de brasileiros que já usam biometria facial no gov.br, por exemplo. Entre os bancos brasileiros, 75% adotam biometria como padrão de autenticação.
Segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), o mercado total de CNP (consumo não presencial) foi de cerca de R$ 1 trilhão no Brasil em 2024.
Dados da Unico mostram que, desse total, entre 10% e 15% dos pagamentos são negados — ou seja, cerca de R$ 10 bilhões a cada mês, e entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões por ano.