“O mundo dos negócios não gira mais sem cloud”, afirma head do Google no Brasil

Soluções de nuvem da gigante americana têm auxiliado empresas a melhorarem a operação e avançarem em vendas. Essa linha de negócio do Google tem crescido 30,5% ao ano em faturamento. Apenas em 2024 gerou US$ 43,3 bilhões em receita para a companhia de Mountain View

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Imagens: Leonardo.ia/Ilustração gerada por Inteligência Artificial e Divulgação

Receita em cloud avançou ao ritmo de 30,5% ano passado, enquanto o faturamento da Alphabet evoluiu 14% em relação ao período anterior

Receita em cloud avançou 30,5% ano passado, enquanto o faturamento da Alphabet evoluiu 14% em relação a 2023

Por um lado, a cloud computing já virou commodity, se considerado seu uso puro e simples. Por outro, é fundamental para o desenvolvimento dos negócios, seja para a quitanda da esquina perto da sua casa, seja para um gigante da tecnologia como o Google. “O mundo dos negócios não gira mais sem cloud”, disse ao BRAZIL ECONOMY Ricardo Fernandes, head do Google Cloud no Brasil, na terça-feira (18), durante evento da empresa na Vila Olímpia, em São Paulo, sobre os resultados práticos da tecnologia junto a seus clientes.

Essa linha de negócios já é responsável por 12,4% de toda a receita da Alphabet, controladora do Google, que faturou US$ 350 bilhões em 2024. No acumulado do ano passado, a nuvem da companhia gerou US$ 43,3 bilhões em vendas globais.

Com crescimento acelerado, tem sido tratada como a joia da empresa de Mountain View, na Califórnia (EUA). Avançou ao ritmo de 30,5% ano passado, enquanto a receita da Alphabet evoluiu 14% em relação ao período anterior. No segundo trimestre de 2024, superou pela primeira vez a marca de US$ 10 bilhões em receita em três meses.

A estratégia de cloud do Google tem sido calcada em cinco pilares: colaboração, desenvolvedores, infraestrutura, segurança e dados. E na transversal de tudo isso, a chegada da IA (Inteligência Artificial) tem dinamizado as soluções.

Ricardo Fernandes, head de cloud do Google Brasil
Ricardo Fernandes, head de cloud do Google Brasil: tecnologia agrega valor, agilidade e insights

Mas o que tem diferenciado a nuvem do Google das demais, inclusive de outras gigantes como Microsoft (Azzure), Amazon (AWS), IBM, Oracle e Huawei? Fernandes explica. “Nossa tecnologia tem o melhor custo benefício. Somos o único fornecedor, provedor e desenvolvedor de cloud com IA que tem o próprio hardware”, defendeu o executivo. “Não dependemos só de GPUs (unidades de processamento de grandes blocos de dados). Temos nossas próprias TPUs (unidades que otimizam operações de IA, que proporcionam maior eficiência em treinamentos e análises de dados​).”

INSIGHTS

Durante o evento da companhia em São Paulo, que reuniu parceiros e potenciais clientes do setor de varejo, foram apresentados dados do desempenho de 31 e-commerces durante as últimas edições da BlackFriday. Com os insights, o Google apresenta ferramentas de sua nuvem para melhoria dos índices de vendas dos comércios eletrônicos.

Entre os chatbots analisados, nenhum foi capaz de atuar como assistente de compras, por exemplo. Apenas 10 e-commerces utilizaram dois ou mais recursos visuais como vídeos, provador virtual e realidade aumentada. Apenas quatro possuem busca por imagem. Dos 31 sites, 18 não entregam resultado quando há erro de digitação. E só quatro oferecem busca personalizada. Tudo isso roda em cloud. E o Google tem as soluções para serem plugadas, com IA embutida.

“IA pela IA não agrega. O que vai agregar é a aplicação dela no negócio, trazendo valor. Criamos aceleradores para isso”, disse o head do Google Cloud  no Brasil.

“No passado, as empresas migraram para cloud muito mais por uma questão de hype. Mas hoje existe uma consciência no mercado de, sim, agrega valor, dá agilidade e insights. A possibilidade de municiar seu negócio com dados é ouro”, frisou.

Entre os cases de sucesso citados pela companhia no mercado brasileiro estão o projeto enriquecimento de catálogo do Grupo Casas Bahia, impulsionado pela IA generativa do Google Cloud. Foi automatizado o cadastro de descrição de produtos oferecido no canal de e-commerce. Com isso, houve aumento de 15% na relevância da pesquisa, redução de 10% nas taxas de devolução de produtos e um aumento de 8% nas conversões de vendas.

Já a Hering implementou o Gemini, modelo de AI generativa do Google, para melhorar a experiência do cliente por meio da busca por imagem e chatbot. A busca por imagem permite que os clientes encontrem as roupas desejadas usando uma foto como referência. O chatbot Herica também foi desenvolvido com a finalidade de personalizar mensagens e responder perguntas aumentando o engajamento do cliente. Resultou em um aumento de 16% nas taxas de cliques e um valor médio de tíquete 122% maior.

Para Fernandes, um dos pontos mais importantes da evolução do cloud nos últimos anos é o maior envolvimento dos CEOs nas decisões de avanços tecnológicos de suas companhias. “A camada executiva ainda não tinha comprado 100% essa ideia. As áreas de tecnologia estavam menos conectadas com o CEO. Agora realmente está fazendo parte integrante do negócio. A tecnologia virou o negócio”, afirmou o executivo.

Em um momento em que o País enfrenta uma Selic de 13,25% a ano – nesta quarta-feira (19) o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve elevar a taxa em 1 p.p, para 14,25%, segundo analistas) –, o que gera um desafio para a economia, em especial a setores como o varejo, soluções de cloud com IA geram mais eficiência na operação e melhores conversões de vendas, discorreu Fernandes. Pode ser uma das iniciativas que auxiliam a redução de custos e crescimento de receita.

Fato é que o próprio Google tem incrementado seu faturamento e seu lucro com a nuvem.

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