Diversificação de produtos e linhas de negócios está no DNA da Recoma desde a sua fundação em 1979. Ao longo desses 45 anos, a empresa de pisos de madeira evoluiu e tornou-se a maior companhia de infraestrutura esportiva da América Latina. Neste ano, a corporação que fornece tatames e ringues de lutas, piscinas, quadras poliesportivas, de basquete, futsal e vôlei, entra em uma outra modalidade: o mercado imobiliário.
É um projeto-piloto, pois a Recoma continuará com o core voltado a soluções e tecnologia para o esporte. Está construindo um prédio de alto padrão, com estrutura metálica moderna, no Jardim Paulista, na cidade de São Paulo, a 300 metros de onde fica o escritório da companhia. O prazo de entrega é novembro. “Abrimos neste ano um braço imobiliário da empresa, para aumentar a proporção de receita no setor privado”, disse Sergio Schildt, presidente da Recoma, ao BRAZIL ECONOMY.
Apesar de entrar na disputa em um setor concorrido, mas bilionário. Ente janeiro e novembro de 2024, a cidade de São Paulo registrou a comercialização de 95 mil imóveis, aumento de 24% em relação ao mesmo período anterior. O VGV (valor geral de vendas) alcançou R$ 53,8 bilhões, um crescimento de 18%.

Mas não é esse o seguimento que a Recoma visa atuar. A companhia visa seguir no ramo de infraestrutura esportiva, que tem ganhado prêmios, inclusive. No mais recente deles, a companhia foi reconhecida como a maior cliente da Enlio Sport fora da China – a corporação asiática é especializada em fabricação de pisos esportivos – entre 600 parceiros globais, de 40 países.
Victor Schildt, vice-presidente da Recoma, representou a empesa brasileira no evento realizado em Xishuangbanna. “Ficamos felizes em sermos premiados como o maior revendedor do mundo da Enlio, que é a maior empresa da Ásia na produção de pisos vinílicos e polipropileno. Ficamos à frente de players da Índia, Estados Unidos, Canadá e países europeus como França e Inglaterra. Para nós é um orgulho muito grande poder superá-los”, disse Victor.
Parcerias com outras empresas globais é um movimento que a Recoma tem feito nos últimos anos. Ao contrário do que fazia décadas atrás, ao exportar pisos de madeira, agora atua junto a companhias de fora para oferecer novos produtos ao mercado. Atualmente, 40% da receita da Recoma provêm de soluções que foram lançadas nos últimos três anos. “Tivemos um salto quantitativo e qualitativo muito grande nesse período”, discorreu Sergio.
Sem divulgar o faturamento consolidado, Sergio Schildt destacou apenas que o desempenho de 2024 foi praticamente igual ao de 2023, que por sua vez foi 8% maior do que o de 2022, ano em que a empresa triplicou de tamanho em relação a 2021, em uma recuperação das dificuldades da pandemia.
Para este ano, a expectativa é avançar acima da inflação, prevista para fechar em 5,7%, segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na última quarta-feira (19).
As apostas neste momento estão para a construção de ginásios multiusos, que atendem a modalidades, podem ser adaptados facilmente para receber eventos e também para serem transformados em pontos de apoio em tragédias climáticas (como as enchentes do Rio Grande do Sul) ano passado ou a própria pandemia, em 2020.
“São modelos de arenas em lona tensionada, com contêineres que servem de vestiários ou como lanchonete e bar ou ainda como cozinha. “É uma ideia que envolve o esporte, o social e o atendimento de catástrofes. O multiuso tem sido uma tendência”, afirmou Sergio. “Com o mesmo investimento de capital, a estrutura atende a diversas necessidades.”

Além disso, a Recoma segue com grandes intervenções. E responsável pelas duas maiores obras esportivas do Estado de São Paulo atualmente: a transformação do Centro Esportivo Thomaz Mazzoni, na Zona Norte da capital paulista, em um Centro Olímpico para formação de atletas de alto rendimento; e a revitalização da Vila Olímpica Mário Covas, na Rodovia Raposo Tavares.
Em sua história, a Recoma já entregou cerca de 25 mil projetos, que somam aproximadamente 6 milhões de metros quadrados de pisos.
Entre os eventos atendidos estão os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007 e de Lima em 2019, e os Jogos Olímpicos do Rio em 2016 e de Paris em 2024. É a fornecedora oficial de pisos para diversas confederações esportivas do País, entre elas as de vôlei, handebol, basquete, boxe, judô e atletismo, além de ser a marca oficial de esportes olímpicos de clubes como Corinthians e Flamengo.