Indigo aposta em tecnologia para multiplicar resultados no setor de estacionamentos

De olho em aquisições e com faturamento a caminho de R$ 2 bilhões, companhia francesa planeja dobrar de tamanho com serviços agregados em aeroportos no Brasil

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Imagens: Divulgação

Thiago Piovesan, CEO Indigo Brasil, afirma que o crescimento seguirá no ritmo de duplo dígito nos próximos anos

Thiago Piovesan, CEO Indigo Brasil, afirma que o crescimento seguirá no ritmo de duplo dígito nos próximos anos

A Indigo, líder global em gestão de estacionamentos, tem grandes planos para o mercado brasileiro em 2025. Após a fusão com a PareBem, em setembro de 2022 — negócio que quase dobrou o tamanho da operação desde então —, o plano agora é avançar na estratégia de crescimento orgânico, realizar eventuais aquisições e expandir sua presença em aeroportos. Atualmente, as operações aeroportuárias representam 20% do faturamento de R$ 1,7 bilhão da companhia no Brasil, com expectativa de crescimento significativo nos próximos anos. Em 2025, a empresa deve fechar com uma receita próxima a R$ 2 bilhões.

Em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY, Thiago Piovesan, CEO da Indigo no País, detalhou que os planos da empresa para o Brasil incluem agregar serviços aos estacionamentos operados. Uma das novidades é o uso de tecnologia própria para gerar preços dinâmicos às vagas, de acordo com a demanda — como ocorre hoje na tarifação da Uber, por exemplo —, reduzindo a ociosidade dos espaços. Essa tecnologia de gestão de receita inteligente foi originalmente desenvolvida para operações no Canadá. A ferramenta utiliza inteligência artificial para prever demandas, ajustar preços dinamicamente e melhorar a ocupação dos estacionamentos.

Aeroporto Internacional de Manaus, um dos novos terminais operados pela Indigo
Aeroporto Internacional de Manaus, um dos novos terminais operados pela Indigo

Além disso, o plano é oferecer serviços agregados ao entorno dos pátios, como descontos em lojas, restaurantes, concierge, entre outros. A Indigo já mantém uma parceria de serviços premium, acesso a áreas VIP, serviços de valet e gratuidade com o Itaú Personnalité em alguns terminais do País.

“A gente desenvolveu muita coisa nova em 2024, especialmente em aeroportos, onde vemos um enorme potencial de crescimento”, afirmou o CEO. “As nossas tecnologias nos permitem analisar variáveis como sazonalidade, previsão do tempo, eventos locais e até o pricing dos concorrentes. Com isso, conseguimos otimizar a ocupação e oferecer uma experiência mais personalizada aos clientes”, explicou Piovesan. Em uma das operações onde a ferramenta foi implementada, a Indigo registrou um aumento de 20% no número de reservas digitais.

A estratégia da Indigo não se limita aos aeroportos. A empresa planeja levar sua tecnologia para outros segmentos, como shoppings, centros de eventos, parques e até estacionamentos de rua. “Queremos usar o estacionamento como um complemento relevante da experiência do cliente e contribuir para a geração de valor desses ativos”, destacou o executivo.

No Brasil, a Indigo já opera em mais de 150 shoppings, além de estádios, hospitais, parques e outros locais de grande movimentação. Apesar do foco em aeroportos, a empresa mantém uma presença diversificada, com operações em segmentos como saúde e entretenimento.

Um dos desafios enfrentados pela Indigo no Brasil é a competitividade com aplicativos de transporte, como Uber e táxis, que ainda são a opção preferida de muitos passageiros. Para enfrentar essa concorrência, a empresa utiliza sua ferramenta de inteligência artificial para ajustar preços e estadias, oferecendo opções mais atraentes para diferentes perfis de clientes.

“Nosso objetivo não é necessariamente ser o mais barato, mas oferecer o melhor custo-benefício. Queremos que o estacionamento seja uma opção viável e conveniente para quem viaja”, afirmou Piovesan.

A empresa também planeja expandir sua atuação em zonas azuis, embora esse segmento represente menos de 2% do faturamento atual. “É um mercado complexo, com desafios jurídicos e econômicos, mas estamos avaliando oportunidades pontuais”, explicou o CEO.

Seja qual for o rumo da companhia no Brasil nos próximos anos, a ordem da matriz para a operação brasileira é não parar (de crescer). Principalmente nos aeroportos.

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