EF Education: gigante sueca de idiomas prepara executivos brasileiros para o mundo

Contratos com grandes corporações, setor público e projetos sociais tornam a operação brasileira a maior do mundo da companhia sueca, que pretende ser menos discreta ao completar 60 anos

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Imagens: Divulgação

Maior provedora de treinamento corporativo de idiomas do mundo, a EF Education possui grandes clientes multinacionais

Maior provedora de treinamento corporativo de idiomas do mundo, a EF Education possui grandes clientes multinacionais

O que o ciclismo pode ensinar para os negócios? A EF Education First tem a resposta. A maior empresa privada de educação do mundo é dona de uma equipe profissional de ciclismo – masculina e feminina, além de um time de jovens talentos – que compete nos eventos de mais alto nível do planeta, incluindo o Tour de France e o Tour de France Femmes. Reúne atletas de 27 nacionalidades. Todos se comunicando em inglês, fator fundamental para a capacidade de orquestração e estratégia das equipes multiculturais, que pedalam em busca de um único objetivo. A comunicação é uma skill determinante. É exatamente essa a proposta da EF Education: abrir o mundo e unir pessoas de diversas origens por meio da educação para alcançar feitos, ao oferecer programas de idiomas, intercâmbio acadêmico, cultural e viagens educacionais. Na corrida por negócios, o Brasil pedala forte e alcança a liderança na linha de ensino corporativo entre as operações mais relevantes da empresa, presente em 114 países, com 52 mil funcionários e que futura globalmente entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões.

De quebra, a EF Pro Cycling, nome da equipe da companhia, gera mais engajamento na mídia e a torna mais conhecida. A cada corrida do Tour de France, por exemplo, são 7 milhões de impressões da marca nas redes sociais. Ajuda no objetivo da empresa a ter maior exposição. O modo totalmente low profile é uma característica da condução do fundador, o bilionário sueco Bertil Hult, cuja família segue à frente dos negócios desde 1965 – completa 60 anos em 2025.

E como o Brasil tem se posicionado na pista, trocado marchas para cima e feito um sprint para desenvolver a companhia? Quem responde é Eduardo Santos, CEO da EF Education First no Brasil e América Latina. Para o executivo, o mundo passou a olhar o País de uma forma diferente por necessidade. Os recursos humanos brasileiros têm sido requisitados por serem multitarefas e se adaptarem a condições adversas, diante de um cenário econômico desafiador.

Eduardo Santos, CEO da EF Education First no Brasil e América Latina
Eduardo Santos, CEO da EF Education First no Brasil e América Latina

“O mercado global está sedento, ávido, esperando que essa matéria-prima, que são as pessoas, prospere, apareça, produza e performe”, disse Santos ao BRAZIL ECONOMY, com seu estilo expansivo e didático. “Isso tem feito que a nossa receita seja pujante”, complementou, sem divulgar números locais, para manter a condição discreta – e estratégica – da empresa.

A EF Education First atua com seis vertentes principais: EF Language and Schools, EF Corporate Learning, EF Cultural Exchange, EF Educational Travel, EF World Journeys e EF Real Estate Holdings. Além disso, também é associada a uma escola de negócio (Hult International Business School), um programa de intercâmbio (EF Foundation) e uma empresa de seguros de viagem (Erika Insurance).

Por aqui, são três as estradas de crescimento da corporação, que acelerou os negócios especialmente no ciclo dos últimos três anos, encerrados em 2024. São elas corporate, público e impacto social.

CORPORATE

No último triênio, a área corporate sobrou de tamanho duas vezes. E a operação brasileira B2B tornou-se o hub Américas da EF Education. Os clientes são 250 companhias de grande porte, geralmente com mais de 10 mil funcionários. “Temos visto um volume muito grande de empresas nacionais entendendo que o crescimento dos seus negócios está lá fora”, afirmou Santos, que está há uma década na companhia e tem acompanhado de perto esse movimento.

Uma das clientes é a JBS, líder global em produção de alimentos à base de proteína. A EF Education tem preparado colaboradores para trabalharem em plantas da empresa na Austrália, Nigéria e outros países.

“É um programa de ensino importante em que a liderança da JBS está envolvida. Esse é um case de empresa nacional que há muito tempo vê no mercado externo uma veia de faturamento importante”, disse Santos. “Isso, obviamente, passa pela necessidade de fazer com que seus talentos estejam prontos para serem exportados também. O conhecimento precisa sair da matriz para manter a cultura empresarial, a confiança no profissional. Falar inglês é estar confiante para ser sua melhor versão em outro idioma”, completou.

No mundo, a EF Eduction tem clientes como McDonalds, Nike, Amazon, Roche, H&M, Philips, Bayer, entre outras 3.000 multonacionais atendidas nos últimos 15 anos.

A aposta da EF Education no corporate também está embasada em pesquisa. Estudo da companhia mostra que 73% das empresas com programas maduros relataram engajamento muito alto entre os funcionários, quase o dobro do registrado em empresas com programas básicos.

Ainda de acordo com o levantamento, 85% das empresas que investem em programas de alta maturidade expandiram para dois ou mais mercados nos últimos dois anos, em comparação com 39% das que possuem programas menos maduros. E mais: organizações com programas bem desenvolvidos reportaram um aumento médio de 7% no lucro anual, enquanto empresas com treinamentos de baixa maturidade tiveram apenas 1% de crescimento.

SETOR PÚBLICO

O segundo caminho trilhado pela EF Education para crescer no Brasil é o setor público. “Temos a crença de que podemos mudar a forma como se ensina inglês no ensino público”, enfatizou Santos, que foi estudante de instituições públicas. “Isso pode mudar o ponteiro dos índices educacionais e da economia de um país.”

Escola internacional da EF Academy em Oxford
Escola internacional da EF Academy em Oxford

Hoje, cerca de 3,7 milhões de alunos em sala de aula de escolas públicas estudam inglês com metodologia e ferramentas da companhia. São 200 mil na Republica Dominicana e 3,5 milhões no Brasil, nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás, além de escolas da Federação das Indústrias do Espírito Santo.

“Temos 98% de engajamento dos alunos e 99.6% de engajamento de professores, que também estudam com a gente. Além dele indicar como usar a plataforma ou o aplicativo online para o estudante, ele usar a ferramenta para desenvolvimento próprio”, discorreu o CEO.

SOCIAL

A terceira esteira de crescimento da EF Education é o atendimento a projetos de impacto social. “O inglês faz a diferença na vida das pessoas e pode mudar vidas”, disse Santos, com ainda mais empolgação, que lhe é peculiar. Essa linha de negócio gera contratos e derruba as barreiras, ele acredita. “Permite que, de fato, o impacto na sociedade se torne sustentável.”

A EF Education traçou a tática de provocar os clientes corporativos a investir de forma intencional para fazer com que o ensino de inglês fosse priorizado não só para aqueles profissionais que historicamente necessitam do idioma, mas também para aqueles que nunca foram mapeados para receber esse tipo de treinamento.

A COP 30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que será realizada no Pará, em novembro, tem impulsionado alguns projetos da companhia. Parceiros como Coca-Cola e Instituto Cielo investem para preparar a comunidade para receber pessoas do mundo inteiro.

A fabricante de bebidas trabalha para que jovens sejam empregados durante o evento. E a instituição financeira forma mulheres pretas microempreendedoras a falar o idioma inglês para, quando a COP chegar, conseguirem transacionar seus produtos e serviços. “O legado da COP tem a educação envolvida”, disse o executivo, que também preside o conselho do Mover (Movimento pela Equidade Racial), associação composta por mais de 50 empresas que buscam promover e acelerar a promoção da equidade racial por meio de conscientização, fomento ao desenvolvimento de carreiras e negócios de pessoas negras.

À frente da EF Education no Brasil e América Latina, Eduardo Santos pretende intensificar as três vertentes (corporate, público e social) no plano do próximo triênio (2025, 2026 e 2027) da EF Education.

Dessa forma, a companhia segue com seu propósito de capacitar as pessoas, com suas diferentes culturas, a se comunicarem de uma forma mais ampla e assertiva. Seja para uma corrida de ciclismo, seja para o mundo dos negócios.

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