‘Itaú’ nos EUA: Avenue chega a 1 milhão de contas e mira em cliente com medo do Brasil

Graças à gangorra da economia, a corretora tem experimentado um crescimento acelerado nos últimos anos, impulsionado pela demanda por investimentos globais

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Imagens: Divulgação

André Algranti, sócio da Avenue, destaca a trajetória da companhia e os desafios superados para chegar a esse marco

André Algranti, sócio da Avenue, destaca a trajetória da companhia e os desafios superados para chegar a esse marco

Investir em dólares ou em reais? Em tempos de Selic na estratosfera e do real na montanha russa, a empresa de investimentos para brasileiros Avenue, braço internacional do Itaú no mercado americano, tá voando alto. A plataforma de investimentos internacionais acaba de atingir a marca de 1 milhão de clientes, se consolidando como uma das principais opções para brasileiros que buscam diversificar seus investimentos no exterior. A empresa, que começou suas operações em 2019 (desde 2022 com o Itaú), tem crescido exponencialmente com clientes brasileiros que têm medo do Brasil.

Em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY, André Algranti, sócio da Avenue e principal executivo da operação em Miami, destacou a trajetória da companhia e os desafios superados para chegar a esse marco. “Quando começamos, o mercado internacional era visto como algo restrito a clientes de alta renda. Hoje, conseguimos democratizar esse acesso, oferecendo uma plataforma simples e segura para investidores de diversos perfis”, afirmou.

Graças à gangorra da economia brasileira, a Avenue tem experimentado um crescimento acelerado nos últimos anos, impulsionado pela demanda por investimentos internacionais e pela parceria estratégica com o Itaú, que entrou como sócio em 2022. “A chegada do Itaú foi um marco importante para nós. Além de reforçar nossa reputação, trouxe sinergias que nos permitiram expandir nossa base de clientes e melhorar nossa oferta de produtos”, explicou Algranti.

Atualmente, cerca de 20% da base de clientes da Avenue vem do Itaú, e a expectativa é que esse número aumente significativamente nos próximos anos. A empresa também está focada em ampliar sua presença no mercado, com a meta de atingir 2 milhões de clientes em um a dois anos.

Algranti destacou que o perfil do investidor que busca a Avenue mudou ao longo do tempo. “No início, tínhamos muitos clientes interessados em renda variável, como ações de empresas como Apple e Tesla. Hoje, o foco é em investimentos conservadores, especialmente em renda fixa internacional”, disse.

Ele também ressaltou a importância de diversificar os investimentos para proteger o poder de compra diante da volatilidade do câmbio. “Um estudo recente da FGV mostrou que, para neutralizar o impacto do câmbio, o brasileiro precisa ter entre 16% e 18% de seu patrimônio em dólar. Na Avenue, recomendamos algo entre 20% e 30%, dependendo do perfil de cada cliente”, explicou.

A Avenue tem investido fortemente em tecnologia para melhorar a experiência do cliente e otimizar suas operações. A empresa utiliza algoritmos e inteligência artificial para oferecer carteiras de investimento personalizadas, considerando o perfil e as necessidades de cada cliente. “A inteligência artificial vai transformar nosso mercado. Estamos testando soluções com parceiros como Google e Microsoft para tornar nossa operação mais eficiente e escalável”, afirmou Algranti.

Além disso, a empresa tem trabalhado para oferecer uma experiência mais moderna e autônoma, alinhada às expectativas das novas gerações de investidores. “Cada vez mais, os clientes querem poder fazer suas operações de forma digital, sem depender de intermediários. Essa é uma tendência que veio para ficar”, completou.

Apesar do cenário de incertezas globais, como a possibilidade de recessão nos Estados Unidos e a volatilidade do câmbio, Algranti mantém uma visão otimista. “O mercado americano é resiliente e sólido. Acreditamos que, no longo prazo, os investimentos em dólar continuarão sendo uma opção atraente para os brasileiros”, disse.

Ele também comentou sobre a proposta do governo brasileiro de tributar dividendos acima de R$ 600 mil. “Essa mudança pode levar muitas famílias a repensar seu planejamento patrimonial e considerar estruturas offshore. A Avenue está bem posicionada para ajudar nessa transição”, afirmou.

Com 500 colaboradores e uma base de clientes em expansão, a Avenue planeja continuar crescendo e consolidando sua posição no mercado. “Agora, nosso foco é aumentar o market share do brasileiro no exterior, que ainda é muito baixo. Queremos ajudar cada vez mais pessoas a expandir seus investimentos para o mercado internacional”, garantiu Algranti.

A empresa também pretende ampliar sua oferta de assessoria especializada, ajudando os clientes a navegar pelo complexo mundo dos investimentos globais. “Nosso objetivo é ser mais do que uma plataforma de acesso. Queremos ser um parceiro de confiança para os brasileiros que desejam construir um patrimônio sólido no exterior”, acrescentou.

Com um modelo de negócios inovador e uma estratégia clara de expansão, a Avenue se consolida como uma das principais protagonistas do mercado financeiro internacional no Brasil.

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