As operadoras de celular no Brasil já não dependem apenas de planos pré-pagos, pós-pagos ou controle para gerar receita. Com a TIM não é diferente. Para escapar da concorrência acirrada com Vivo e Claro – e das margens cada vez mais apertadas –, a empresa tem ampliado sua atuação além do mercado de telefonia no varejo. Segundo o presidente da TIM Brasil, o italiano Alberto Griselli, a companhia está direcionando investimentos para infraestrutura em portos, aeroportos e rodovias, consolidando sua presença em segmentos estratégicos que exigem conectividade de alta qualidade.“Somos líderes na cobertura 5G e queremos nos consolidar na liderança também em serviços de conectividade para empresas”, afirma Griselli.
Um exemplo dessa estratégia é a parceria da TIM com o Brasil Terminal Portuário (BTP), em Santos (SP), que já utiliza a tecnologia da operadora para otimizar operações e ampliar a eficiência logística. Além disso, a empresa tem expandido sua atuação no agronegócio, cobrindo mais de 20 milhões de hectares com tecnologia 4G voltada para o campo, impulsionando a digitalização do setor e promovendo maior produtividade.
Outro destaque da operadora é a cobertura de mais de 5.600 quilômetros de rodovias, permitindo melhor monitoramento e segurança no transporte de cargas e passageiros. A TIM também tem investido em soluções urbanas, com mais de 340 mil postes inteligentes instalados, contribuindo para a modernização da infraestrutura das cidades e a implementação de projetos de cidades inteligentes no Brasil. “São segmentos que demandarão grandes investimentos nos próximos anos”, acrescenta Griselli.
A operadora também reforça sua presença no setor automotivo com a tecnologia IoV (Internet dos Veículos), em parceria com montadoras como Stellantis e Volkswagen. A iniciativa viabiliza a conectividade de veículos, permitindo serviços avançados de navegação, segurança e entretenimento para motoristas e passageiros.
No setor financeiro, a TIM anunciou na última terça-feira (11) uma parceria com o banco digital C6 Bank, abrindo novas oportunidades de colaboração nesse segmento. A operadora avalia futuras parcerias que agreguem valor aos clientes e fortaleçam sua presença no mercado de serviços financeiros. “Ainda não temos detalhes dessa estratégia, mas certamente teremos novas parcerias com bancos”, diz Griselli.
Com essa estratégia de diversificação, a TIM busca reduzir sua dependência do mercado de telefonia no varejo, explorando novas oportunidades de crescimento em setores que exigem infraestrutura digital robusta e soluções inovadoras de conectividade.
Resultados acima do esperado
A julgar pelos números, o plano de negócios da TIM está no caminho certo. A companhia encerrou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido de R$ 1 bilhão, o melhor resultado de sua história, consolidando sua estratégia de crescimento e geração de caixa. Diante do balanço positivo, a operadora anunciou a distribuição de dividendos e projetou o pagamento de até R$ 14 bilhões em proventos entre 2025 e 2027.
No período, a receita líquida da TIM somou R$ 25,4 bilhões, um avanço de 6,7% em relação a 2023. A empresa estima que esse crescimento se mantenha na casa dos 5% ao ano até 2027, impulsionado pelo segmento de serviços. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também evoluiu, alcançando R$ 12,6 bilhões em 2024, com expectativa de alta de até 8% ao ano no próximo triênio.
