Por que IWG, gigante global do coworking, está interessada na Zona Leste de SP?

Líder em soluções de trabalho híbrido, com quase 5 mil pontos espalhados por 120 países, companhia belga vai abrir 50 espaços no País em 2025

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Imagens: Divulgação/IWG

Com a marca Regus, a IWG vai ocupar espaço no edifício Almagah 277, um Triple A lançado pela Porte Engenharia e Urbanismo

Com a marca Regus, a IWG vai ocupar espaço no edifício Almagah 277, um Triple A lançado pela Porte Engenharia e Urbanismo

Tiago Alves, CEO do International Workplace Group (IWG) no Brasil, fez uma pergunta para cerca de 500 participantes de um jantar que reuniu os principais investidores da Zona Leste de São Paulo, na quinta-feira (13). “Quantos de vocês saem da Zona Leste e vão para outros locais da capital paulista trabalhar todos os dias?”, indagou. Naquele momento, 99% das pessoas levantaram a mão. Na sequência, outro questionamento. “E se tivessem a opção de trabalhar em um escritório perto de casa, quem iria querer?” Os mesmos 99% sinalizaram positivamente de novo. Essa foi uma amostra do quão importante é para as pessoas trabalharem perto de suas residências e de quanto a Zona Leste carece de estrutura corporativa para atender essa demanda. Mas isso está mudando. Tanto que o mais novo investimento da IWG, líder global em soluções de trabalho híbrido, com quase 5 mil pontos espalhados por 120 países, é a Zona Leste paulistana.

Com a marca Regus, a companhia vai ocupar área de 900 metros quadrados no edifício Almagah 277, um Triple A lançado pela incorporadora e construtora Porte Engenharia e Urbanismo – voltaremos a citar mais à frente esse empreendimento – que promoveu o jantar em que Alves fez as reflexões.

A expansão econômica da região leste da cidade, em particular do Tatuapé, um dos bairros que mais se desenvolveu em São Paulo nos últimos anos, ocorre à medida que a demanda pelo trabalho híbrido acelera no País. “Hoje, milhões de pessoas saem todo dia da Zona Leste para ir trabalhar no Centro, Zona Sul, Zona Oeste e Zona Norte trabalhar”, disse Alves. “A Zona Leste de São Paulo possui um enorme potencial inexplorado”, acentuou.

Tiago Alves: "A Zona Leste de São Paulo possui um enorme potencial inexplorado”
Tiago Alves: “A Zona Leste de São Paulo possui um enorme potencial inexplorado”

Por muitos anos, o Shopping Tatuapé foi quase que um solitário representante empresarial da região. Nos últimos anos, em especial na última década, com mais ênfase ainda nos últimos cinco anos, a localidade ganhou prédios residenciais e o comércio evoluiu. “Chegou o momento de fincarmos nossa bandeira e começar a tracionar o espaço que vai atender mais de 400 empresas no coração da Zona Leste”, disse Alves, ao revelar que o espaço ainda não tem data de abertura – pode ser junho ou julho – mas já há interessados em ali se instalar.

Um sucesso esperado para a IWG, com seus estudos e análises que se mostram assertivos a partir de uma lista de clientes globais formada por 80% das corporações incluídas na Fortune 500.

Mas e a atuação da IWG no Brasil?

A operação da IWG no Brasil é a primeira da companhia fora da Europa. Criada em Bruxelas (Bélgica) em 1989, abriu a operação brasileira em julho de 1995. Serão 30 anos de atividades por aqui em meados deste ano. “Uma operação madura, acima dos 85% de ocupação”, afirmou Tiago Alves. São R$ 500 milhões em faturamento por aqui. Globalmente, de janeiro a setembro de 2024 – valores mais recentes divulgados – foram US$ 3,153 bilhões em receita, 2% superior ao mesmo período anterior.

Por aqui, são 82 unidades ativas, além de 11 em construção com previsão de abertura para os próximos meses – a da Zona Leste é uma delas. Para 2025, a meta é “super arrojada”, na avaliação do executivo, com previsão de abertura de mais 50 pontos. Totalizando cerca de 130 locais, o Brasil supera a operação da Espanha (com 90) e se tornará equivalente à da França.

Com seus escritórios, salas e estações de trabalho profissionais, IWG atende 80% das corporações incluídas na Fortune 500
Com seus escritórios, salas e estações de trabalho profissionais, IWG atende 80% das corporações incluídas na Fortune 500

“É o melhor momento da empresa no Brasil. Estamos entre os Top 10 mercados, mas entre os Top 5 de oportunidade. O Brasil não é um mercado saturado”, ressaltou o CEO, ao antecipar que vai entrar em quase todas as cidades principais do País. “Operamos em 19 cidades, e queremos chegar na final do ano com pelo menos 27, em uma expansão muito franca em pontos fora do óbvio.”

Na mira da IWG estão municípios como Ribeirão Preto, São José dos Campos, Jundiaí e Sorocaba. E, claro, avançar também na capital, “onde está o volume”. Nos períodos anteriores, os avanços foram em Alphaville, Osasco e São Bernardo do Campo, além de bairros da capital Lapa, Vila Leopoldina e Santo Amaro.

Os detalhes do Eixo Platina, novo corredor econômico da Zona Leste

Voltemos ao empreendimento em que a IWG estará presente na Zona Leste com a marca Regus. O edifício Almagah 227 é Triple A (AAA), com 66,1 mil m² de área construída em espaços multiuso. Trata-se de um projeto com lajes corporativas e studios residenciais que integra o Eixo Platina, o primeiro polo de desenvolvimento socioeconômico da região leste, planejado e fomentado pela Porte Engenharia e Urbanismo.

Segundo Igor Melro, diretor comercial da Porte Engenharia e Urbanismo, projetos como o Almagah 227 preenchem uma lacuna de empreendimentos de alto padrão focados na oferta de lajes corporativas. “Eles também estão dando um novo desenho ao mercado imobiliário na região leste paulistana, além de posicionar a área como um polo estratégico para negócios em São Paulo”, afirmou.

O Eixo Platina é um caso à parte. Foi elaborado pela área de Ciência Urbana da Porte, que estuda a dinâmica da região leste e suas necessidades a partir da análise de um compilado de mais de 20 dados públicos estatísticos. Segundo a pesquisa Buildings 2024, a Zona Leste concentra apenas 0,4% das áreas corporativas da capital paulista, indicando um potencial inexplorado.

A conta feita pela Porte é a seguinte: considerando que a região possui mais de 66 mil empresas e 827 mil trabalhadores, conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2021, e partindo de uma média recomendada de 7 metros quadrados por trabalhador, seriam necessários mais de 1,1 milhão de metros quadrados para atender à força de trabalho local. Atualmente, a oferta na região é de apenas 53 mil metros quadrados, ou 4,55% do volume estimado.

 

 

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