Multinacional brasileira, Delfia cresce em cibersegurança e avança na América do Sul

Grandes players do varejo, setor financeiro e de telecomunicações estão preocupados com seus dados e, principalmente, com sua reputação, avalia Rodrigo Bocchi, CEO da companhia de tecnologia

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Imagens: Divulgação

CEO da Delfia, Rodrigo Bocchi projeta alcançar R$ 305 milhões em receita

CEO da Delfia, Rodrigo Bocchi projeta alcançar R$ 305 milhões em receita

Até quatro anos atrás, a empresa de curadoria de jornadas digitais Delfia pertencia ao grupo francês Econocom. Quando decidiu deixar alguns mercados, como o Brasil, a empresa europeia foi adquirida por Rodrigo Bocchi, que era country manager da operação e comprou a companhia, assumindo o cargo de CEO. Nesse período, o faturamento cresceu de R$ 60 milhões para R$ 250 milhões em 2024, um aumento de 50% em relação ao ano anterior. Para este ano, Bocchi projeta alcançar R$ 305 milhões em receita, 22% a mais do que no período anterior.

A Delfia se intitula uma curadoria de jornadas digitais no modelo B2B, pois vai além de uma consultoria de TI. A companhia avalia as necessidades e propõe soluções para seus clientes, seja com indicação de hardwares ou softwares que ela vende ou aluga (desde redes, servidores, roteadores e switches até desktops, notebooks, monitores e periféricos). Na ponta do processo, o trabalho visa acelerar o desempenho das equipes, monitorando falhas e interrupções – e aplicando respostas na mesma velocidade (com instalação, manutenção e troca de peças, suporte 24×7 e outros serviços).

A expectativa de desempenho para este ano se baseia especialmente em duas frentes. Uma delas é a cibersegurança, que entrou no portfólio da companhia em 2021 e, desde então, vinha sendo deficitária. Vinha, ressalte-se, pois, em 2024, passou a gerar resultados positivos e já é responsável por quase 20% do faturamento.

As empresas estão preocupadas em blindar suas informações, evitar ataques e consequentes vazamentos, que podem ferir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Essa é a parte tangível. A intangível é a reputação das companhias, que, segundo o executivo, tem sido alvo de muita preocupação no mercado.

“Quando há um vazamento, por exemplo, isso reflete na reputação e no valor de mercado das empresas. É o branding. Hoje em dia, isso é incrivelmente potencializado. Então, os ataques cibernéticos e os ataques de engenharia social são muito latentes”, afirmou Bocchi, que tem entre seus clientes grandes players do varejo, do setor financeiro, de telecomunicações e de outras atividades sensíveis que movimentam bilhões de dados – e de dinheiro.

Sede da Delfia em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo; grandes clientes no varejo, setor financeiro e telecomunicações
Sede da Delfia em Alphaville, na grande São Paulo; grandes clientes no varejo, setor financeiro e telecomunicações

Outro canal de crescimento da Delfia está na operação internacional, com atividades no Chile, Colômbia e México. O mercado exterior representa 5% da receita da empresa, mas o potencial de crescimento ainda é grande. Atualmente, são cerca de 30 clientes, todos líderes em suas respectivas indústrias.

“É muito comum chegarmos ao cliente com um ticket baixo e, gradualmente, demonstrarmos a eficácia das nossas soluções, permitindo um crescimento no médio prazo. Estamos muito confiantes no desenvolvimento dos negócios na região”, afirmou o CEO, destacando que, nesses países, as operações são “extremamente jovens”, sendo a mais antiga a da Colômbia, que ainda não completou três anos. “São vendas complexas que, no nosso caso, têm um ciclo comercial longo.”

Core business também vai evoluir em performance

Além da cibersegurança e da operação internacional, o core business da Delfia, com ênfase no Brasil, também evoluirá em performance, segundo Rodrigo Bocchi. É o que a empresa chama de observabilidade. “Enxergar as transações, enxergar o comportamento dos clientes, enxergar como a infraestrutura pode ter melhor desempenho, reduzir a latência e melhorar a experiência do cliente final”, disse o executivo.

Um dos cases da Delfia é com a Localiza. Em 2023, a empresa de aluguel e venda de carros tinha 606 mil veículos em sua frota e 616 agências em operação, distribuídas por 364 cidades brasileiras. O objetivo era oferecer a melhor experiência digital aos clientes.

Para isso, o serviço Fast – Retirada Digital precisava ser aprimorado para atingir o mesmo nível de excelência do atendimento ao cliente nos canais físicos. Era necessária uma estrutura tecnológica capaz de monitorar a rede do estacionamento, verificar se o tanque do carro estava cheio e garantir que a chave, trancada no cofre fixado ao veículo, pudesse ser destravada pelo celular do cliente, entre outras funcionalidades.

A solução implementada pela Delfia, em parceria com a plataforma Datadog, foi desenvolver recursos de observabilidade para garantir o funcionamento de todo o processo sem intervenção humana. Dessa forma, era possível prever a experiência do cliente antes mesmo de ele se aproximar do carro da Localiza. Foram mapeados cerca de 130 possíveis erros, permitindo a correção proativa de falhas e um melhor entendimento da jornada do usuário.

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