CEO da KPMG afirma que empresas brasileiras continuam avançando em ESG

Charles Krieck diz que o setor produtivo segue comprometido com temas como compliance, inovação e sustentabilidade. Houve alta de 17,3% nos projetos da área

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Imagens: Divulgação

KPMG

Krieck afirma que relatório da consultoria demonstra que as grandes empresas estão mais maduras em temas de ESG

As recentes incertezas globais sobre temas como meio ambiente, inclusão e diversidade parecem não causar mudanças nos planos de longo prazo das grandes empresas brasileiras. É o que sugere o Relatório de Sustentabilidade da KPMG de 2024. O documento revela a constatação de que têm ocorrido avanços significativos em ESG e diversidade no meio corporativo do País. No ano passado, houve aumento de 17,3% nos serviços da KPMG promovendo ESG em clientes (advisory), um dos melhores resultados da história da companhia.

“As grandes empresas brasileiras demonstram conhecimento dos temas ESG e da questão da transição para um modelo de negócios sustentável”, afirmou ao BRAZIL ECONOMY Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul. “Para essas empresas, genericamente e de forma simplificada, falamos de três estágios de maturidade: compliance, melhores práticas e nível de inovação”, acrescentou. O executivo garante que as empresas do País também estão dando ênfase à promoção da diversidade em cargos de liderança e à redução das emissões de gases de efeito estufa.

A KPMG fez a lição de casa. No ano passado, a consultoria alcançou a marca inédita de 40% de mulheres em cargos de liderança, aumento de 1% sobre 2023. Além disso, conseguiu com que 99% dos profissionais tivessem treinamento anticorrupção, com R$ 18,8 milhões de investimentos em aprendizagem e desenvolvimento.

Em linha com a visão de Krieck, Nelmara Arbex, especialista em sustentabilidade da KPMG, aponta dois grandes movimentos em ESG que têm ganhado espaço no mercado. O primeiro está relacionado à adequação das empresas às novas demandas regulatórias, tanto nacionais (como CVM e Banco Central) quanto internacionais (como a União Europeia), que exigem maior transparência nos aspectos sociais e ambientais. “Os investidores veem a qualidade da gestão ESG como um indicativo de excelência na gestão de riscos e no posicionamento estratégico”, explicou a executiva.

O segundo movimento, de acordo com Nelmara, envolve a compreensão do impacto das mudanças climáticas sobre os negócios, desde a cadeia de fornecimento até a captação de recursos para projetos sustentáveis. Isso também requer a atração de profissionais especializados, a revisão de sistemas de governança e gestão de riscos e a contratação de seguros para lidar com as transições necessárias.

Influência trumpista

A constatação do relatório da KPMG sobre os avanços do ESG é um alento em tempos de retrocesso, após a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. O novo inquilino da Casa Branca revogou mais de 100 regras ambientais e retirou o país do Acordo de Paris. Na atual gestão, iniciada no mês passado, em poucos dias derrubou 70 iniciativas de combate à crise climática, segundo levantamento do Financial Times.

“Em curto prazo, essas medidas são péssimas para os defensores do clima e para os esforços de redução do aquecimento global”, afirmou o economista e cientista político pela FGV, José Carlos de Souza. “Mas, no longo prazo, a agenda ESG segue como pilar das estratégias de negócio e perenidade das grandes empresas. Isso não depende de Trump.”

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