Juros reais elevados: melhor oportunidade para proteger e rentabilizar o patrimônio

Em um Brasil onde o histórico inflacionário já impôs desafios ao poder de compra dos cidadãos, a alocação em ativos atrelados ao IPCA continua sendo uma das formas mais eficazes de proteção financeira

Juan Schiavo de Magalhães*
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Imagens: Divulgação

Na visão do economista, investir em NTN-Bs representa uma decisão fundamentada na busca por segurança e previsibilidade

Na visão do economista, investir em NTN-Bs representa uma decisão fundamentada na busca por segurança e previsibilidade

Em um cenário de incerteza fiscal e inflação persistente, proteger o patrimônio tornou-se uma prioridade para investidores brasileiros. O país enfrenta desafios no equilíbrio das contas públicas, e a necessidade de financiamento do governo tem mantido as taxas de juros reais em patamares historicamente elevados. Esse ambiente cria uma oportunidade única para aqueles que buscam investimentos seguros e com potencial de retorno atrativo.

Os títulos públicos indexados ao IPCA, como as Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-Bs), oferecem proteção contra a inflação e uma taxa de juros real elevada, garantindo ao investidor um ganho acima da inflação e maior previsibilidade na rentabilidade de longo prazo. A NTN-B 2035, em particular, apresenta um retorno real de 7,5% ao ano, o que reforça seu apelo como uma alternativa robusta para preservação e crescimento do capital.

As NTN-Bs são títulos públicos emitidos pelo governo federal e indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a principal referência da inflação no Brasil. Esses ativos oferecem uma rentabilidade composta por uma taxa de juros real prefixada, acrescida da variação do IPCA. Dessa forma, o investidor garante um ganho acima da inflação, protegendo-se da perda do poder de compra ao longo do tempo.

Entre as principais vantagens do investimento em NTN-Bs, destaca-se a proteção contra a inflação, já que sua remuneração está atrelada ao IPCA, garantindo que o investidor preserve o valor real do seu dinheiro. Além disso, esses títulos proporcionam previsibilidade de retorno, uma vez que a remuneração real é conhecida no momento da compra, ao contrário dos ativos de renda variável. Eles também atraem investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras, que buscam alinhar seus passivos de longo prazo a ativos com rentabilidade ajustada pela inflação. Para investidores pessoa física, a lógica é semelhante, permitindo o alinhamento entre ativos e possíveis passivos de longo prazo, como a construção de patrimônio para a aposentadoria.

Outro fator relevante é a liquidez e a segurança. Como são emitidos pelo Tesouro Nacional, apresentam um dos menores riscos de crédito do mercado e podem ser negociados no mercado secundário. Além disso, em momentos de taxas elevadas, como o atual, as NTN-Bs tornam-se ainda mais atraentes. Atualmente, a NTN-B 2035 oferece um retorno acima da inflação de 7,5% ao ano, um patamar que remonta a períodos de elevada crise econômica e se destaca em comparação à média histórica.

Com uma expectativa de IPCA de 5,8% para 2025 e 4,4% para 2026, segundo o Boletim Focus do Banco Central, as NTN-Bs oferecem um carregamento atrativo para o longo prazo. Mesmo sem fechamento da curva de juros, a combinação entre juros reais e inflação pode dobrar o capital investido em seis anos. Caso o cenário doméstico melhore e ocorra uma queda de 50 pontos-base na taxa de juros real, o retorno projetado para a NTN-B 2035 sobe de 13,9% para 15,9% ao ano. Em um cenário de compressão mais significativa da curva, retornos acima de 20% são possíveis.

Ao longo dos próximos anos, o retorno acumulado da NTN-B 2035 pode atingir 99,1% até 2030 e 147,2% até 2032, caso o título seja mantido até o vencimento. Esses números evidenciam a relevância e a oportunidade única desse investimento, especialmente em um momento em que o mercado oferece taxas historicamente elevadas.

Investir em NTN-Bs representa uma decisão fundamentada para quem deseja segurança, previsibilidade e rentabilidade real. Em um Brasil onde o histórico inflacionário já impôs desafios ao poder de compra dos cidadãos, a alocação em ativos atrelados ao IPCA continua sendo uma das formas mais eficazes de proteção financeira. Com a manutenção de juros elevados no curto prazo e a possibilidade de ajustes graduais nos próximos anos, a estratégia de aquisição desses títulos pode garantir retornos expressivos para quem souber aproveitar o momento de entrada. Assim, entender a dinâmica das NTN-Bs e incorporá-las à carteira pode ser um passo decisivo para o sucesso no longo prazo.

*Juan Schiavo de Magalhães é economista da Cimo Family Office, consultoria financeira de investimentos e gestão patrimonial.

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