A ESPM, instituição de ensino superior com mais de 70 anos de história, está passando por uma grande transformação para se adaptar às mudanças no setor educacional. Em um cenário em que a oferta de vagas supera a demanda e a competição internacional cresce, a escola tem investido em excelência acadêmica, infraestrutura e desenvolvimento de habilidades comportamentais para se destacar.
Em entrevista ao BRAZIL ECONOMY, Dalton Pastore, presidente da ESPM, afirmou que todo o mercado de ensino superior vive uma revolução. “Há 15 anos, tínhamos mais candidatos do que vagas. Hoje, a situação se inverteu, com mais oferta e menos demanda, impulsionada pelo crescimento do ensino a distância (EAD) e pela redução da taxa de crescimento demográfico”, disse. “Além disso, a competição não se limita ao Brasil: instituições americanas e europeias têm atraído estudantes brasileiros, aumentando a pressão por qualidade e inovação”, acrescentou.
Para enfrentar esses desafios, a ESPM adotou uma estratégia focada na excelência, segundo Pastore. “Somos uma escola de nicho, que busca qualidade, não quantidade. Investimos em infraestrutura, equipamentos, serviços e, principalmente, na performance acadêmica dos estudantes”, garantiu. A instituição criou uma diretoria de excelência acadêmica, composta por cientistas da educação e especialistas em dados, para aprimorar metodologias de ensino e aprendizagem.
Um dos pilares dessa transformação é o Life Lab, programa dedicado ao desenvolvimento de soft skills, como pensamento crítico, trabalho em equipe, comunicação e inteligência emocional. “O mercado demanda profissionais com habilidades técnicas, mas também com competências comportamentais. Essas habilidades são essenciais para lidar com ambientes complexos e em constante mudança”, destacou Tatsuo Iwata, vice-presidente acadêmico da ESPM.
A instituição também reformulou sua grade curricular, que entrou em vigor na volta às aulas deste ano. Os estudantes têm aulas pela manhã e atividades práticas à tarde, como agências júnior, núcleos de prática jurídica e laboratórios de produção de vídeo. Além disso, podem escolher áreas de concentração (majors) e especializações (minors) a partir do terceiro ano, permitindo uma formação mais alinhada às demandas do mercado.
A estratégia tem gerado resultados. A empregabilidade dos egressos da ESPM atingiu 91,35%, segundo pesquisa interna. “Nossa missão sempre foi a empregabilidade. Estamos atentos às necessidades do mercado e buscamos preparar os estudantes para os desafios reais”, afirma Pastore.
Expansão geográfica e parcerias estratégicas
A ESPM também está ampliando sua presença no Brasil. Além das sedes em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, a instituição firmou parcerias em Salvador, Goiânia, Curitiba e Florianópolis, oferecendo cursos de pós-graduação e extensão em colaboração com empresas locais, como a Rede Bahia e o Grupo Jaime Câmara. “Não buscamos franquias, mas parcerias que respeitem nossa marca e qualidade”, ressaltou Iwata.
Outro destaque é o programa Professores Másteres, que reúne nomes como o jurista José Eduardo Cardozo, o ministro do STF André Mendonça e a jornalista Thaís Herédia para ministrar aulas especiais. “São profissionais renomados que trazem experiências únicas para os estudantes”, justificou Pastore.
Preparando para o futuro
Diante do avanço da inteligência artificial (IA), a ESPM mantém o foco no desenvolvimento humano. “A IA é uma ferramenta, não um fim. Nosso objetivo é formar profissionais com repertório amplo e habilidades que a máquina não pode substituir, como criatividade e inovação”, afirmou Pastore.
Com um faturamento líquido de R$ 450 milhões em 2023 e investimentos de R$ 220 milhões nos últimos seis anos, a ESPM consolida sua posição como referência em marketing e gestão, mas com um olhar ampliado para as demandas do futuro. “Queremos ser reconhecidos não apenas como uma escola de propaganda, mas como uma instituição que forma profissionais completos, prontos para os desafios de um mundo em constante transformação”, disse Pastore.
A ESPM demonstra que, mesmo em um cenário desafiador, a combinação de excelência acadêmica, inovação e foco no desenvolvimento humano pode garantir não apenas a sobrevivência, mas também a liderança no mercado educacional.