Crescimento de 79% em 2024 e projeção de aumento de 35% neste ano. Os números da Embracon têm impressionado, a ponto de a empresa de consórcios revisar – para cima, obviamente – seus planos constantemente. Foi assim no ano passado, quando a expectativa inicial era de aumento de 35% em relação ao período anterior. A meta foi revisada para cima e ainda assim superou as expectativas. A Embracon encerrou 2024 com um faturamento de R$ 22 bilhões, quase 80% superior a 2023.
E quando considerado o faturamento consolidado do Grupo Embracon, que inclui as marcas RCI e CNVW, o montante atingiu R$ 26,6 bilhões. Com o resultado, segundo balanço do Banco Central de novembro, a companhia consolidou sua posição entre as cinco principais administradoras de consórcio do País.
Agora, o plano é evoluir mais 35% em vendas e fechar 2025 com R$ 29 bilhões de faturamento – sem as marcas RCI e CNVW. Mas, claro, trata-se apenas de uma projeção inicial. “Nós puxamos o mercado”, disse ao BRAZIL ECONOMY o vice-presidente de Negócios da Embracon, Luís Toscano, ao revelar os números com exclusividade.
E não é apenas a maneira de dizer de um executivo que está à frente de uma empresa que vai bem. Os números mostram que, de fato, o desempenho da Embracon tem sido bem acima do setor.
No mercado geral, o número de cotas avançou 7,8% em 2024 em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). E, para 2025, a projeção de aumento é similar. A Embracon cresceu muito acima da média. Em cotas, avançou 68,2% em 2024 contra 2023.
Mas o que tem feito a Embracon se destacar?
Alguns fatores explicam o sucesso da Embracon. Um deles, segundo Toscano, foi o comportamento do consumidor que cada vez mais busca uma educação financeira adequada à sua realidade. “O consórcio é muito vantajoso em termos econômicos. É bom para quem é capitalizado e não quer se descapitalizar e quer aumentar o patrimônio com o seu capital de giro”, analisou.
Colaborou para isso as mudanças para financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal, impostas desde o segundo semestre do ano passado. Pelo sistema de amortização constante (SAC), em que a prestação cai ao longo do tempo, o valor de entrada para conseguir o empréstimo subiu de 20% para 30% do valor do imóvel. Pelo sistema Price, com parcelas fixas, passou de 30% para 50%. “Observamos um novo perfil de consumidor de consórcio, que não passou nos critérios de financiamento de imóvel”, frisou o vice-presidente. “A entrada que essa pessoa daria é o valor de um lance. Assim, o consórcio tornou-se um plano B ao financiamento”, completou, ao apontar a taxa básica de juros, a Selic, na casa dos 13,25% ao ano, como fator complementar à atração de clientes ao consórcio.
Na avaliação de Toscano, a Embracon “aproveitou bem esse movimento” ao ofertar produtos alinhados com a demanda do mercado. São 22 tabelas de planos, que vão até 240 meses. Apesar de serem produtos de prateleira, funcionam praticamente como personalizados. “Em, algum deles o perfil do consumidor vai se encaixar”, disse o executivo.
Outro diferencial apontado por Toscano é a capilaridade. São 86 filiais da empresa, com estrutura entre vendedores e lideranças com 2,3 mil colaboradores.
Além disso, desde 2023 a companhia tem fortalecido sua presença no mercado por meio das franquias. Terminou o ano passado com 25 em operação. E cerca de 60 aprovadas, algumas em processo de abertura. “Devemos chegar a 100 franquias neste ano”, vislumbrou Toscano. “Elas devem movimentar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões em 2025.”
Parcerias estratégicas também são canal de crescimento
As parcerias estabelecidas pela Embracon têm sido importantes na conquista de resultados. Elas foram responsáveis por 48% das vendas de consórcios da companhia em 2024. Um ano antes, o volume por esse canal foi de 35%.
São 22 parceiros institucionais. Entre eles a XP, cooperativas de crédito e outros players do setor financeiro. E outros 600 parceiros de negócios, considerando varejistas, bancos estaduais e empresas de diversos setores. “Otimizamos a entrada de novos parceiros com nosso programa de incentivos”, afirmou Toscano, sobre os benefícios oferecidos pela Embracon pelas metas de vendas atingidas.
A tecnologia é outra aliada na busca por resultados. Com melhor navegação dos consumidores para compras diretas de consórcio e respostas e orientações mais dinâmicas no atendimento, a empresa registrou queda de 27% nos acionamentos na central do consumidor e um aumento de 105% nas soluções digitais a partir do aplicativo do consórcio, que tem cerca de 40 milhões de acessos.
Serviços agregados ao consumidor também entram na conta da Embracon para justificar as performance bem acima da média. A empresa oferece serviços de documentação junto a cartórios e órgãos públicos quando o cliente faz a compra de imóvel, por exemplo. “Inclusive com assinaturas digitais, o que facilita e acelera os trâmites burocráticos”, afirmou Toscano. “Temos soluções completas”, discorreu, para em seguida arrematar sua análise sobre o atual momento da Embracon. “Temos uma tecnologia que é um atrativo, a força de vendas aumentou, os produtos melhoraram e o comportamento do consumidor evoluiu. Esse cenário que nós estamos vivendo hoje.”
