O segredo do C6 Bank para transformar prejuízo em lucro (pela primeira vez)

Diversificação de produtos, foco em crédito com garantias e rigoroso controle de custos levaram o banco ao inédito resultado líquido de R$ 2,3 bilhões. O plano é seguir com crescimento da carteira, sem muito risco

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C6 Bank

Banco apresentou primeiro resultado positivo desde 2019, ano de sua fundação

O C6 Bank nunca vai se esquecer de 2024. O banco digital brasileiro, que tem como sócio o americano JPMorgan Chase, fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, o primeiro resultado no azul desde seu lançamento, em 2019. O inédito desempenho positivo acompanha a estimativa de break-even da companhia, mas também sinaliza um crescimento mais sustentável nos próximos anos. Qual o segredo? Diversificação de produtos, foco em crédito com garantias e rigoroso controle de custos. Segundo o fundador e CEO do C6, Marcelo Kalim, para 2025 o plano é ampliar a carteira de crédito com garantias, mitigando os efeitos da inadimplência na operação. Em relação a produtos e serviços, a empresa trabalha com a perspectiva de oferecer opções similares às ofertadas pelo banco americano, como concierge para viagens.

“Encerramos 2024 com um crescimento forte em todas as áreas de negócio e com um resultado expressivo que só reforça a consistência do nosso modelo de negócio”, disse o executivo. Para ele, o resultado veio como consequência do trabalho contínuo desde 2019. “Podemos dizer que construímos uma instituição financeira saudável e sólida.”

A receita líquida do banco apresentou crescimento de 45% entre 2023 e 2024, encerrando o ano passado em R$ 8 bilhões. No mesmo período, as despesas operacionais tiveram redução de 3%, para R$ 3 bilhões. Já as provisões para devedores duvidosos (PDD) registraram queda de 21%, fechando o ano em R$ 1,9 bilhão. Sanoke Viswanathan, executivo-chefe de varejo bancário internacional e gestão de fortunas no JPMorgan Chase, afirma que tem acompanhado de perto a operação brasileira e que o grupo JPMorgan Chase está “ansioso para acompanhar o sucesso contínuo do banco.”

Força do crédito

A carteira de crédito expandida do banco fechou 2024 em R$ 60 bilhões, um crescimento de 30% em relação a dezembro de 2023. A expansão foi impulsionada principalmente pela concessão de crédito com garantia, como consignado e financiamento de veículos. Em dezembro passado, o crédito com garantia respondeu por 77,5% dos empréstimos concedidos pela instituição. Com o forte resultado, o plano é aumentar a participação desse produto neste ano e, mesmo diante das condições macroeconômicas desafiadoras, mitigar o risco por meio dos financiamentos com garantias.

No ano passado, a empresa registrou queda na taxa de inadimplência. Entre o fim de 2023 e o fim de 2024, a porcentagem de empréstimos com atraso de 90 dias ou mais passou de 3,4% para 2,6%. “A redução é resultado da melhora na qualidade da carteira para pessoas físicas e da maior representatividade do crédito com garantia”, disse o CEO.

Ele destaca ainda que outro bom desempenho foi o crescimento da base de captação do banco, de R$ 46 bilhões para R$ 79 bilhões, uma alta de 71% na comparação anual. Hoje, a empresa soma 35 milhões de clientes em um portfólio de mais de 100 produtos, serviços e funcionalidades. A conta global e a possibilidade de investimento no exterior também abrem espaço para serviços exclusivos, alinhados ao que é oferecido pelo sócio norte-americano.

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