O Portobello Grupo, uma das maiores empresas do setor de porcelanatos e revestimentos cerâmicos do Brasil, tem transformado sua plataforma de gestão em um superapp de vendas. Lançado no ano passado, o PlayObras integra CRM (software de Gestão de Relacionamento com o Cliente), ERP (Planejamento de Recursos Empresariais) e dados comerciais em um único ecossistema, eliminando silos (conjuntos de informações isoladas em cada departamento) e conectando toda a cadeia de valor. O sistema aumentou em 30% a captação de novos negócios e, até 2026, deve dobrar a geração de oportunidades comerciais.
“É uma plataforma que diminui intermediários e reduz o custo da operação. Tratamos todos os dados que tramitam na nossa base de forma qualificada”, disse Daniel Mathias, CIO do Grupo Portobello.
Além de representar um avanço tecnológico, o PlayObras marca uma mudança cultural e de modelo de gestão que redefine a operação comercial e o relacionamento com clientes da companhia.
A solução é uma das iniciativas digitais da empresa para aumentar a eficiência da operação de vendas e agregar resultados financeiros. Nos primeiros nove meses deste ano, o Grupo Portobello registrou receita de R$ 1,96 bilhão, crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período anterior.
No primeiro semestre, houve 17% mais cadastros provenientes do setor de obras e ganho de 60% de share no terceiro trimestre.
O PlayObras integra o canal de Engenharia, que conecta o Grupo Portobello aos grandes empreendimentos do País, atuando com alta capilaridade e forte presença junto a construtoras e incorporadoras. Hoje, são cerca de 600 clientes ativos, que representam aproximadamente 70% do faturamento do canal.
A média mensal está próxima de 800 mil m² entre entrada e faturamento, chegando a picos de 1,1 milhão de m², como ocorreu em setembro. Entre as entregas recentes, destacam-se projetos como Faena e SP Bay, da Even (SP), além do Legacy (BA), com aplicação de fachada ventilada. No histórico do canal estão obras de grande visibilidade, como o Parque Global (SP), o icônico Porte Platina 220 e o Fischer Dreams (SC).
Como funciona?
O PlayObras reúne informações importantes do mercado, dos clientes e da movimentação interna do Grupo Portobello. Uma parte fundamental é o mapeamento da maioria dos empreendimentos imobiliários projetados e em andamento no Brasil.
As incorporadoras e construtoras parceiras fornecem dados para a plataforma funcionar como um grande funil de vendas — e de acompanhamento dos contatos e da relação comercial de cada vendedor com cada cliente.
Mas não é só isso. A companhia percebeu que havia um potencial inexplorado para se transformar em “uma grande ferramenta de conveniência, produtividade e assertividade na negociação para a força de vendas”, como definiu Daniel Mathias.
IA e machine learning
E a plataforma começou a ser abastecida com mais informações e mais tecnologia, como Inteligência Artificial, machine learning e todo o BI (Business Intelligence), para melhores práticas de vendas.
Trafegam pelo PlayObras dados como localização do empreendimento, construtora responsável, engenheiros e arquitetos envolvidos, tamanho da obra, número de torres e apartamentos.
Pelo lado interno da empresa, são processadas informações como a rotina de visitas dos vendedores, conteúdo dos contatos feitos, preços, produtos disponíveis, ofertas e uma série de insights cruzados.
Há ainda um sistema de push notification para o vendedor. “Se o profissional de vendas possui uma base de 150 clientes, mostramos quantos são novos, quais são recorrentes e os que estão há algum período sem relação conosco. Pelo nosso histórico, empurramos a força de vendas para frente por meio da plataforma”, explicou Mathias. A solução está disponível em aplicativo mobile e também em um portal na web.
São 170 vendedores da Engenharia que usam o PlayObras. “Nossa intenção é permitir que o vendedor fique 100% do tempo dedicado às vendas. Hoje, temos, em média, 20% do tempo da força comercial dedicado a tarefas administrativas gerais. Já conseguimos avançar em 5 pontos percentuais desde que começamos nossa empreitada com a plataforma”, afirmou o CIO.
Outras ferramentas estão sendo incorporadas. Em pagamentos, Pix e cartão de crédito já respondem por até 5% das vendas desde sua implementação, há dois meses.
A integração da Vera, a IA do Grupo Portobello, com o PlayObras é outro movimento em andamento. “Em algum momento, possivelmente até o meio do ano que vem, possibilitaremos a consulta de dados via voz e em linguagem natural. Poderemos pesquisar preços, produtos e detalhes de vendas de uma maneira mais interativa do que apenas buscando em um dashboard ou numa planilha”, frisou Mathias.

