Enquanto a Ducati acelera no Brasil com novos modelos e tecnologia embarcada em suas motocicletas, adota cautela quanto à expansão no mercado brasileiro. A mão no acelerador e a troca de marchas para cima devem ocorrer a partir de 2027, após as eleições presidenciais de outubro do ano que vem.
“O Brasil tem sido observado com alguma dúvida, não pelo desempenho da Ducati por aqui, nem pelo mercado de motocicletas, mas devido à insegurança jurídica. Sempre fica aquela pergunta: o que (os governantes) vão fazer?”, disse Daniel Paixão, CEO da Ducati no Brasil, ao BRAZIL ECONOMY, na terça-feira (11), em São Paulo, durante o lançamento dos novos modelos Panigale V4 e V4S.
O executivo português ressaltou que o País é um dos mais importantes para a Ducati, onde a marca está presente desde 2012, com uma fábrica em Manaus (AM) que entrega cerca de dez modelos. Outros, muito específicos, “praticamente feitos à mão”, vêm de fora. “Continuamos presentes no Brasil de uma forma sustentável”, afirmou Paixão.
Ele assumiu o cargo de CEO em 2022, quando a Ducati completou uma década no país. De lá para cá, estruturou e modernizou a rede de concessionárias e aproximou ainda mais o público da marca italiana.
“Este é o terceiro ano em que estou como gestor. Foi um período para estabilizar toda a parte organizacional da empresa e renovar a rede de concessionárias”, afirmou. Hoje, são 14 concessionárias e quatro service points espalhados pelo País.

Segundo Paixão, o avanço também se reflete na confiança dos clientes nos produtos Ducati, que saem da fábrica com quatro anos de garantia. “Agora começa a haver uma sustentação, uma confiança maior. Vamos avançar nesse conceito step by step.”
Em média, a Ducati tem vendido entre 1.100 e 1.200 unidades por ano no País, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Até outubro, foram 946 motocicletas. Não é uma marca de volume, mas de nicho, que entrega design e qualidade, segundo o executivo. “Sempre pensamos na exclusividade.” Para o próximo ano, estão previstos “de três a quatro lançamentos”.
Design da nova Panigale é inspirado na icônica Ducati 916
O design da sétima geração da Panigale V4 foi totalmente redesenhado para unir estilo e função, inspirado na icônica Ducati 916. O modelo possui linhas mais horizontais, fluidas e agressivas, com elementos aerodinâmicos integrados à carenagem. Com isso, o arrasto aerodinâmico foi reduzido em 4%.
É a primeira motocicleta do mundo equipada com pinças de freio dianteiras Brembo Hypure™ e também a primeira esportiva com ABS para curvas.
Na pista, está um segundo mais veloz do que a versão anterior e mais próxima do estilo MotoGP, com seus 216 cv de potência e 187 quilos. A marca define o modelo como “a combinação de beleza com o melhor desempenho”.
Na parte tecnológica, a Panigale V4 incorpora soluções eletrônicas derivadas da MotoGP para auxiliar pilotos profissionais e amadores na condução.
Entre os destaques estão sistemas de controle de tração, largada, freio motor e suspensão ativa; painel digital com telemetria e modos de pilotagem configuráveis; além de novos mapas de motor e gerenciamento de torque otimizados para cada pista ou tipo de uso.

