BRAZIL ECONOMY promove palestra com chefe de investimentos de banco europeu

Como convidado do 1º evento realizado pelo portal, Alexandre Drabowicz, do Indosuez Wealth Management, palestrou para executivos em São Paulo e demonstrou otimismo sobre a economia global apesar de turbulências

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Imagens: Divulgação

Alexandre Drabowicz, chefe de investimentos do Indosuez Wealth Management, durante evento do BRAZIL ECONOMY

Alexandre Drabowicz, chefe de investimentos do Indosuez Wealth Management, durante evento do BRAZIL ECONOMY

“Não podemos mudar os ventos, mas sim ajustar as velas”. Essa frase finalizou a palestra de Alexandre Drabowicz, Global Chief Investment Officer do Indosuez Wealth Management, braço de wealth management do Crédit Agricole Group, nono maior banco do mundo, e que tem atualmente € 210 bilhões sob gestão.

O executivo participou do evento Investment Meeting, o 1º promovido pelo BRAZIL ECONOMY, na manhã da última quinta-feira em São Paulo, que contou com a participação de executivos de diversos segmentos, onde foram discutidos temas da economia internacional e as perspectivas para alocação de capital a partir de 2026.

Com esta analogia climática, Drabowicz deixa claro que a instabilidade global, tanto na política quanto na economia, não é motivo para que as empresas não recalculem suas rotas mesmo com tantas adversidades. Para ele, o atual momento é propício para investidores do mundo todo que queiram diversificar seus ativos, seja nos EUA, Europa, China ou América Latina.

“Os EUA podem até mudar as regras do mundo, mas ele seguirá crescendo. Só ver como a Europa é uma grande surpresa na economia, enquanto a América segue performando bem”, afirmou Alexander, que tem mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro e em gestão de ativos, com foco em equities, renda fixa, multiasset e derivativos.

Alexander fez um comparativo de como o mercado mundial mudou desde janeiro de 2025 até agora, principalmente pelas decisões do governo de Donald Trump em torno dos tarifaços impostos em abril. Para ele, é um ano de transformações, já que após a imposição das tarifas, muito se achava que a economia global teria um forte baque.

Sobre a Europa, onde está sediada a Indosuez Wealth Management, Alexander fez a ressalva de entender o continente com as características particulares de cada País, e não como um bloco só. Ele ainda destacou o quanto o Brasil deve se tornar parceiro da Europa em investimentos na parte climática, considerando que o país tem grande potencial de produção de energia limpa. Alexander afirmou ainda que 2026 deve ser um ano de queda no valor do dólar no mercado brasileiro, favorecendo importadores que sofrem com a atual cotação.

“Claro que é muito bom fazer turismo na Europa, visitar Paris, Itália ou Mônaco. Mas, quando falamos de negócios, é um pouco mais complicado já que são mais de 25 países com mercados diferentes, mesmo compondo a União Europeia. A  constituição alemã, por exemplo, permite que o déficit seja de apenas 0,3% em relação ao valor do PIB, índice diferente de outros mercados. Isso tudo tem que ser levado em conta na hora de fazer investimentos com o continente europeu, mas o Brasil tem grande potencial para isso, especialmente em termos climáticos”.

Como não poderia deixar de ser, o tema da Inteligência Artificial também foi abordado pelo palestrante como uma tendência irreversível e que vai pautar a geopolítica global nas próximas décadas. O executivo citou como exemplo que ilustra isso a conquista da Nvidia, empresa californiana de chips que hoje é o principal player de Inteligência Artificial no mundo: a companhia comunicou hoje que atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado, tornando-se a primeira empresa do mundo a alcançar este patamar. “Isso mostra o poder da IA atualmente e chama ainda mais atenção se lembrarmos que a Nvidia ainda não fez negócios com a China!”, ressaltou Drabowicz em referência às restrições impostas pelos EUA ao mercado chinês.

De acordo com Emmanuel Lorenzon, Head de América Latina e Península Ibérica na Indosuez Wealth Management, os investidores brasileiros devem abrir os olhos para tendências menos faladas, mas de suma importância para a tomada de decisões.

“A gente olha muito para Brasil e EUA, mas tem tanta coisa acontecendo no mundo, com a Europa passando por uma fase interessante ou o dinamismo da Ásia. Claro que os investidores acabam sempre tendo um viés, por exemplo no caso do Brasil pela taxa de juros ser tão alta as pessoas pensam muito sobre quanto vão ganhar de CDI aqui, mas tem que manter a atenção para temas menos falados no mercado local, como é o caso do valor do ouro, que ninguém esperava que cresceria tanto, mas é algo que está nos portfólios de alguns clientes na Europa e já estamos falando disso há algum tempo”, disse o executivo que acumula experiência de quase 20 anos como executivo do HSBC.

Para Tathiana Hardt Souto Turbian, CEO do Grupo Innsbruck, especializada em eventos corporativos e que também apoiou o encontro, este tipo de evento é imprescindível em uma economia global tão dinâmica quanto a da atualidade.

“É sempre importante trazer palestrantes que falam sobre a economia global, de como vai estar o dólar, o euro, de como a Europa está modificando sua política ou dos novos investimentos que a Alemanha tem feito. Isso tudo impacta em países como o nosso. É bom trazer esse tipo de palestra e conteúdo para que nossos membros se sintam mais assertivos nas decisões”, disse a executiva.

A ideia do BRAZIL ECONOMY é que esse seja o primeiro de muitos eventos a serem realizados. “Vamos trazer pelo Brazil Economy palestrantes que tenham a visão e percepção do que acontece em um mundo que está crescendo e se desenvolvendo. Queremos convidados especiais que possam trazer a visão macro, já que há muita coisa positiva em termos de commodities, mercado financeiro, tecnologia, IA e é importante ter experts que falem destes e outros temas que mexem com a economia do mundo”, afirma Agostinho Turbian, sócio do portal.

 

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